Explosões deram lugar aos cliques: o assalto de quase R$ 1 bilhão que não fez barulho na madrugada do dia 1º, no Brasil
Um ataque
cibernético sem precedentes atingiu o sistema financeiro brasileiro na
madrugada de 1º de julho de 2025, revelando fragilidades na infraestrutura do
Pix e movimentando, segundo estimativas, até R$ 1 bilhão de forma fraudulenta.
O episódio
teve início por volta das 4h da manhã, quando um executivo da fintech BMP foi
alertado por um banco parceiro sobre uma transferência via Pix no valor de R$
18 milhões que não havia sido autorizada. Ao investigar o ocorrido, a empresa
descobriu que outras dezenas de transferências haviam sido feitas
indevidamente, totalizando cerca de R$ 400 milhões desviados de sua
conta-reserva junto ao Banco Central.
A origem da
violação foi rastreada até a C&M Software (CMSW), empresa prestadora de
serviços tecnológicos conhecida como PSTI, responsável por interligar
instituições financeiras ao sistema do BC. Criminosos conseguiram acessar
credenciais legítimas usadas nas conexões entre as fintechs e o Banco Central
e, por meio delas, autorizaram ordens de pagamento que, tecnicamente, pareciam
válidas.
Como os
sistemas do BC reconhecem como autênticas as transações feitas por parceiros
autorizados, não houve bloqueio automático, e os recursos foram transferidos
com sucesso.
Ao todo, até
oito instituições financeiras diferentes foram afetadas e o volume total das
perdas pode chegar a R$ 1 bilhão, segundo apurações preliminares. A BMP
conseguiu recuperar aproximadamente R$ 130 milhões, mas ainda enfrenta risco de
prejuízo líquido superior a R$ 250 milhões.
A empresa
afirma que possui garantias suficientes e que os clientes finais não foram
impactados, uma vez que o ataque se concentrou exclusivamente nas chamadas
contas-reserva, usadas para liquidações entre bancos. Após o ataque, a C&M
teve sua conexão temporariamente suspensa pelo Banco Central, e diversas
instituições relataram instabilidade no uso do Pix.
A Polícia
Federal, a Polícia Civil de São Paulo e o próprio BC estão conduzindo
investigações para identificar os responsáveis e apurar possíveis falhas de
segurança.
Especialistas
apontam que o caso evidencia a urgência de revisar os protocolos de segurança
do sistema financeiro, principalmente no que diz respeito à atuação das PSTIs.
A ausência de ferramentas de monitoramento inteligente, capazes de identificar
comportamentos suspeitos em tempo real, especialmente durante a madrugada,
contribuiu para que o ataque fosse bem-sucedido.
Embora o
Banco Central não tenha sido tecnicamente invadido, o episódio levanta
questionamentos sobre o modelo de confiança adotado no Pix e o nível de
supervisão sobre os intermediários tecnológicos.
Diante da
gravidade do ocorrido, o BC anunciou que revisará os critérios de segurança
para conexão de empresas terceirizadas ao sistema nacional de pagamentos.
O ataque é
considerado o mais sofisticado já registrado na história do sistema financeiro
brasileiro e pode marcar uma virada nas exigências regulatórias e tecnológicas
para operações digitais no país.
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