PT
e PMDB negociam alianças em cinco Estados no Nordeste
Rompidos na esfera nacional desde o
impeachment, partidos negociam acordos regionais para 2018
BRASÍLIA -
Rompidos no plano nacional desde o impeachment da presidente cassada Dilma
Rousseff, PT e PMDB já negociam alianças para as eleições de 2018 em pelo menos
cinco dos nove Estados do Nordeste. A aproximação se dá por uma combinação de
fatores. A força que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tem na
região atrai os peemedebistas, ao passo que o fato de o PMDB ser o partido com
maior tempo de TV e ter o maior número de prefeituras do País é um atrativo
para o PT.
O caso mais
emblemático é o do Ceará. No Estado, o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), vem conversando com o governador Camilo Santana (PT) para estarem
juntos na mesma chapa em 2018. Pelas negociações, Eunício apoiaria a reeleição
do petista. Em troca, o peemedebista garantiria para ele uma das duas vagas de
senador na chapa de Santana. A outra vaga deve ir para o ex-ministro Cid Gomes
(PDT), irmão do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato a presidente da
República.
Em 2014,
Eunício e Santana foram adversários na disputa pelo governo do Estado. Em 2018,
porém, quando precisa renovar o mandato, o peemedebista já deu declarações
públicas de que pode apoiar Lula no Ceará. “O PMDB vai fazer coligações nos
Estados livremente, com quem achar que é conveniente”, disse o senador em
entrevista nesta semana. O próprio ex-presidente dá aval para a aliança. “Se
der para fazer chapa Lula, Camilo, Cid e Eunício, topamos discutir”, admitiu o
deputado José Guimarães (PT-CE), um dos mais próximos de Lula.
Outro
Estado em que o PMDB quer o apoio do PT é Alagoas. Ambos candidatos à reeleição
pelo PMDB, o governador Renan Filho e o pai dele, o senador Renan Calheiros,
negociam para repetir em 2018 a aliança de 2014 com os petistas. Com base em
pesquisas internas que mostram Lula na frente na corrida presidencial, o clã
Calheiros quer subir no palanque presidencial do petista no Estado. Em agosto,
deixaram isso claro, ao acompanharem a passagem de Lula pelo Estado durante a
Caravana do Nordeste.
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Em Sergipe,
o PT negocia para apoiar a eleição para o governo do atual vice-governador,
Belivaldo Chaga (PMDB). Em troca, terá uma das vagas ao Senado na chapa, para a
qual deve indicar o ex-deputado Rogério Carvalho. “O Lula dá aval para essa
aliança”, disse o deputado João Daniel (PT-SE). Segundo ele, aliança entre PT e
PMDB no Estado é antiga e não sofreu abalos após o impeachment, pois a maioria
do PMDB sergipano não apoiou a saída de Dilma.
No Piauí, o
PMDB conversa com o governador Wellington Dias (PT), que tentará reeleição. A
sigla quer indicar o candidato a vice na chapa do petista. O nome mais cotado
hoje, segundo apurou o Estadão/Broadcast, é o do deputado Themístocles Filho,
presidente da Assembleia Legislativa do Estado.
Na Paraíba,
a negociação entre PT e PMDB se dá de forma indireta. Líder do partido de Temer
no Senado, Raimundo Lira tenta convencer a legenda a apoiar o candidato do PSB
ao governo que será indicado pelo atual governador, Ricardo Coutinho (PSB). No
Estado, o PSB tem o PT como aliado. Em troca, Lira, que precisa renovar o
mandato, seria um dos candidatos ao Senado da chapa. “A aliança é regional. Se
acontecer, o governador vai estar no palanque do Lula e eu no palanque
presidencial que o PMDB apoiar”, disse o senador.
Lados
opostos. No Rio Grande do Norte, a tendência do PMDB hoje para 2018 é se aliar
a PDT e DEM para apoiar uma possível candidatura do prefeito de Natal, Carlos
Eduardo (PDT), a governador. Lideranças peemedebistas não descartam, porém, uma
aliança com o PT, caso a senadora petista Fátima Bezerra dispute o governo.
Já no
Maranhão, Pernambuco e Bahia, uma aliança entre PMDB e PT é tida hoje como
impossível por lideranças das duas legendas.
No
Maranhão, o PMDB lançará a ex-governadora Roseana Sarney como adversária do
atual governador, Flávio Dino (PCdoB). Na Bahia, peemedebistas devem apoiar a
eleição do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), para o governo contra o atual
governador, Rui Costa (PT). Em Pernambuco, PMDB e PT devem ter candidatos
próprios ao governo.
Fonte: http://politica.estadao.com.br
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