Um grupo de seis pessoas
começou na tarde de terça-feira, 31, uma greve de fome pela libertação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em um processo da Operação
Lava Jato e preso. O ato que marcou o início da greve durou 50 minutos e teve
início às 16h, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde, segundo o PT,
os militantes protocolaram um manifesto anunciando a medida.
Formando um cordão, a equipe
de seguranças da Corte forçou a saída dos grevistas da entrada do tribunal com
empurrões. Três deles caíram da escada que dá acesso ao Salão Branco do
Supremo, área externa do prédio usada para a passagem dos ministros quando
chegam às sessões plenárias. Por meio de uma nota em seu site, o PT diz que os
manifestantes foram “empurrados e pisoteados”. A assessoria de imprensa do STF
não respondeu sobre a retirada dos militantes.
Aderiram à greve de fome
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento
dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central dos Movimentos Populares (CMP). De
acordo com os coordenadores dos movimentos, os protestos vão ocorrer em
Brasília, na frente da sede da Corte, e abrem uma série de atos que reivindicam
a candidatura do petista, preso em Curitiba desde 7 de abril.
“A ideia é só sair no dia em
que Lula for solto, porque Lula representa para nós a possibilidade de
restabelecer a ordem democrática, a soberania nacional e a dignidade para o
povo brasileiro”, afirmou Jaime Amorim, integrante do MST de Pernambuco.
De acordo com Frei Sérgio Antônio
Görgen, um dos grevistas, quem decidirá o fim da manifestação são os ministros
do Supremo. “Nós vamos voltar todos os dias. Temos um local onde vamos
permanecer, mas ainda estamos definindo qual será”, disse.
“Qualquer coisa que
acontecer com qualquer um de nós tem responsáveis com nome e sobrenome:
ministra Cármen Lúcia, ministro Edson Fachin, ministro Luiz Fux, ministro Luís
Roberto Barroso, ministra Rosa Weber e ministro Alexandre de Moraes”, afirmou
Görgen. Os seis ministros citados por ele votaram pela rejeição do pedido de
habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, em 5 de abril, o que abriu caminho
para a prisão do petista.
Depois de retirar os
manifestantes, a equipe de seguranças do Supremo isolou a área de acesso ao
prédio principal da Corte. A Polícia Militar auxiliou no isolamento. Do lado de
fora, cerca de 40 pessoas carregando cartazes pró-Lula protestavam, aos gritos
de “Judiciário golpista”, “canalhas”, e “injusta condenação (de Lula)”.
Os grevistas almoçaram com
um grupo de apoio em um espaço mantido pelos movimentos em Brasília. De acordo
com Luiz Gonzaga, o Gegê, líder da CMP, esta foi a última refeição deles até
que o STF determine a libertação do ex-presidente. Foram servidos costela com
mandioca, arroz, feijão e melancia de sobremesa.
A greve de fome começa um
dia antes da volta aos trabalhos dos ministros do Supremo – a Corte estava em
recesso. Esta é a terceira semana consecutiva em que há manifestações em frente
ao STF. Na última terça-feira, 24, cerca de 20 manifestantes favoráveis a Lula
jogaram tinta vermelha no Salão Branco. Uma semana antes, outros militantes
criticaram decisões recentes do colegiado, o salário dos magistrados e a prisão
do ex-presidente Lula.
Conteúdo: Estadão
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