“Quem tem o apoio de milhões de brasileiros não precisa pagar”, disse estrategista digital de Bolsonaro
O PT
quer que o TSE investigue dono da Havan e outras quatro companhias que teriam
comprado pacotes de disparo de mensagens no WhatsApp.
Apoiadores
de Bolsonaro disparam na internet frases de efeitos e hashtags como;
"#euvimdegraça - #façocampanhadegraça - #pagueicommeudinheiro. Até mesmo um modelo de
declaração está sendo divulgado nas redes.
Marcos Carvalho, dono da AM4, garantiu que a campanha de
Jair Bolsonaro por WhatsApp não usa recursos privados.
“Quem
tem o apoio de milhões de brasileiros não precisa pagar”,
disse.
Segundo ele, o PSL já tem 300 mil filiados, que atuam
voluntariamente na replicação do conteúdo digital.
“Não
temos necessidade de gastar um centavo com impulsionamento.” Ele
também rejeita a acusação da Folha de que “uma das ferramentas usadas pela
campanha de Bolsonaro é a geração de números estrangeiros automaticamente por
sites como TextNow", e que “funcionários e voluntários dispõem de dezenas
de números assim, que usam para administrar grupos ou participar deles”.
“A informação é falsa. O engajamento do eleitorado de
Jair Bolsonaro nas redes sociais não é recente, tampouco surpreendente. É
diretamente proporcional ao seu desempenho nas urnas – em primeiro turno, foram
mais de 49 milhões de votos”, afirmou Carvalho para O Antagonista.
O Partido dos Trabalhadores apresentou ao Tribunal
Superior Eleitoral, nesta quinta-feira 18, ação pedindo quebra de sigilos de
empresas citadas na reportagem da Folha de S.Paulo que estariam envolvidas em
um esquema irregular de financiamento da campanha de Jair Bolsonaro contra
Fernando Haddad.
A ação, em caráter liminar, também pede a inelegibilidade
de Bolsonaro pelos próximos oito anos.
Segundo o documento, foi feito o pedido de quebra sigilo
bancário, telefônico e telemático para Luciano Hang, dono da rede varejista
Havan, e das empresas Quick Mobile Desenvolvimento e Serviços Ltda., Yacows
Desenvolvimento de Software Ltda., Croc Services Soluções de Informática Ltda.
e a SMSMarket Soluções Inteligentes Ltda.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo de hoje afirma que
empresas apoiadoras do ex-militar utilizaram bases de dados para disparar
mensagens contra a candidatura do petista via WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior
ao segundo turno. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por
empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não foi declarada em sua
prestação de contas.
Haddad disse em coletiva nesta tarde que ação é
financiada pela campanha do ex-militar a partir de caixa dois.
Na ação, protocolada hoje, os advogados do PT afirmam que
houve "abuso de poder econômico na medida em que a campanha do candidato
representado ganha reforço financeiro que não está demonstrado nos gastos
oficiais de arrecadação eleitoral e, possivelmente têm origem vedada (Pessoa
Jurídica), todavia os resultados do abuso perpetrado serão por ele
usufruídos".
No documento, a defesa do partido afirma que as práticas
configuram também abuso de poder político e uso indevido dos veículos e meios
de comunicação.
As práticas causariam desequilíbrio das eleições. “O fato
aqui comentado beneficia diretamente o candidato Jair Bolsonaro em sua
campanha, causando desequilíbrio no processo eleitoral, além de projetar uma
imagem que atende a alguns anseios populares, o que, por si só, é prejudicial a
isonomia do processo eleitoral”, diz a ação protocolada.
A reportagem do jornal afirma que cada contrato chega a
12 milhões de reais. O proprietário da rede varejista Havan, Luciano Hang,
citado do processo, foi recentemente proibido pela Justiça de coagir seus
funcionários a votarem no candidato do PSL..
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