Por Ingrid Pereira
Capa do livro/divulgação
Rosaide Gomes dos Anjos, jornalista de Canoas, no Rio
Grande do Sul, diz que ouvir e escrever história é algo que ela sempre gostou
de fazer desde a sua época de escola, e que as suas redações sempre se destacaram.
Mas a inspiração para o livro ‘Chapeuzinho e o Lobo conectados à Rede’ surgiu
de maneira delicada.
Quando a jornalista tinha 10 anos fazia catequese, e a
mãe sempre a orientou a ir embora depois da aula já que havia rumores de que o
padre da igreja assediava as crianças.
Em 1991, Rosaide se formou em jornalismo e trabalhando na
área era comum ela se deparar com noticias sobre pedofilia.
Somente em 2013 que a escritora começou a escrever rascunhos
do que viria a ser a obra. A qual partiu do conhecido conto da Chapeuzinho
Vermelho, nas com uma narrativa diferente que teve como um meio de auxilio do
desenrolar do conto a internet.
A história
O livro conta a história de Luísa Chapeu, uma menina
comum de 10 anos, filha de Ivone Manna Chapeu. A trama tem seu início com a
vontade de Luísa de conhecer o pai. Com a internet ao alcance de suas mãos, a
menina tem a ideia de pesquisar o nome do pai e acaba conhecendo o Lobo, um
pedófilo.
A autora explica a comparação do lobo como pedófilo;
“Sempre vi o Lobo
da história dos irmãos Grimm como uma mensagem subliminar em relação à
pedofilia”, conta Rosaide.
Em relação ao ambiente virtual, a autora diz que hoje em
dia é comum as crianças terem acesso fácil à internet. Além disso, ela fala que
é fácil persuadir crianças através das redes, e faz uma comparação entre a
floresta e a internet: “ambos são ambientes perigosos”.
A autora se preocupou em transformar a obra em um meio de
orientação sobre o assunto.
“Sabemos como é o dia a dia dos pais. Sempre estão
ocupados e, na maioria das vezes, quase não têm tempo para orientar as
crianças”, disse Rosaide.
A autora também
disse que o livro tem o intuito de ajudar a criança a ficar atenta a essas
situações. “É para que as crianças entendam a mensagem com sutileza e leveza já
que o assunto pede uma abordagem responsável”.
A autora também lembra que esse é um assunto que precisa
ser tratado com as crianças. “As pessoas pensam que esses casos acontecem longe
delas, em outras casas, quando na verdade podem estar acontecendo dentro de
casa”.
Segundo o balanço de 2017 da Ouvidoria Nacional dos
Direitos Humanos, 57% dos casos de violência contra crianças e adolescentes
denunciados acontecem dentro da casa da vítima.
Quando se trata especificamente da violência sexual
contra crianças e adolescentes, um boletim epidemiológico divulgado pelo
Ministério da Saúde, com dados do período de 2011 a 2017, aponta que 69,2% das
vítimas sofrem o abuso em suas próprias casas.
Você encontra o livro à venda no site da editora Buriti. De
acordo com a autora, crianças a partir de 10 anos já conseguem assimilar o
assunto.
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