Luciano Macedo estava
internado desde o dia 7, quando foi atingido por parte dos disparos destinados
ao carro do músico Evaldo Santos da Rosa
Conteúdo: Veja
Reprodução
O catador de materiais
recicláveis Luciano Macedo morreu na madrugada desta quinta-feira, 18, onze
dias depois de ter sido baleado durante uma ação do Exército em Guadalupe, na
Zona Norte do Rio. Macedo foi atingido pelos disparos enquanto tentava ajudar a
família de Evaldo Santos da Rosa, músico que morreu na hora. Ao todo, agentes
do Exército dispararam oitenta tiros contra o carro de Evaldo.
A operação envolveu doze
militares, dos quais três alegam não ter atirado. Os outros nove que admitem os
disparos estão presos preventivamente no inquérito, que está sendo conduzido
pela juíza Mariana Queiroz Aquino, da 1ª auditoria da Justiça Militar.
Evaldo Rosa dirigia com a
família em direção a um chá de bebê quando o veículo foi confundido com outro,
de um grupo de assaltantes, pelos militares, que abriram fogo contra o carro.
Luciana, viúva do músico, relatou, no entanto, que os disparos seguiram mesmo
depois das tentativas de aviso, às quais os soldados teriam reagido com
deboche. “O sangue espirrou todo no meu filho. E os militares rindo, eles rindo
de mim. Eu pedi gritando pra eles socorrerem, e eles não fizeram nada”, contou.
Quando o veículo parou e os
familiares de Rosa tentaram escapar dos tiros, Macedo, catador que estava no
entorno, tentou ajudar ao socorro e se aproximou do carro, quando foi atingido.
‘Lamentável incidente’
Depois de demorar a comentar
o caso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez questão de buscar descolar o
ocorrido da ação do Exército enquanto instituição. “O Exército não matou
ninguém, não. O Exército é do povo e a gente não pode acusar o povo de
assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão
trabalhador, honesto”, afirmou.
Discurso semelhante foi o do
ministro da Defesa, o general Fernando de Azevedo e Silva. “Lamentável
incidente. Foi um incidente, vamos apurar e cortar na própria carne”, disse o
ministro durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional da Câmara dos Deputados. “Lamentável, triste, mas fato isolado em
relação às ações (em) que os miliares atuam”, avaliou Azevedo e Silva.
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