Medicamentos para hipertensão estão sob suspeita de
contaminação por 'impurezas' com potencial de causar câncer; saiba o que fazer
se você usa os remédios
A Anvisa orienta que o
tratamento de hipertensão não seja interrompido até que se faça a troca por
outro medicamento Foto: Robson Fernandes/ Estadão
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o recolhimento de cerca de 200 lotes de
medicamentos para o tratamento de hipertensão arterial (pressão alta). A lista
de medicamentos e lotes recolhidos pode ser vista aqui.
Segundo a agência, os
medicamentos recolhidos são os remédios que possuem os princípios ativos do
tipo “sartanas”, como a losartana, valsartana e irbesartana
A medida foi adotada após a
Anvisa detectar impurezas, chamadas de nitrosaminas, no princípio ativo
“sartana”, que é um dos ingredientes utilizados na fabricação de medicamentos
para o tratamento de pressão alta.
Segundo a Anvisa, o
recolhimento atinge lotes específicos de medicamentos, estratégia adotada em
diversos países para os mesmos produtos.
No Brasil, além do
recolhimento de lotes de medicamentos, as ações da agência incluem a suspensão
da fabricação, importação, distribuição, comercialização e uso dos insumos
farmacêuticos ativos com suspeita de contaminação. No total, foram efetuadas 14
suspensões de três insumos (losartana, valsartana e irbesartana) de dez
fabricantes internacionais.
Também foi determinada a
fiscalização de todas as empresas fabricantes de medicamentos contendo
“sartanas” disponíveis no mercado brasileiro. Até o momento, foram avaliadas 29
empresas e 111 medicamentos comercializados em 2018.
Saiba o que fazer se você usa os remédios para
hipertensão
A agência orienta que o
tratamento de hipertensão não seja interrompido até que se faça a troca por
outro medicamento. Isso porque a interrupção pode causar prejuízos imediatos,
como risco de morte por derrame, ataques cardíacos e insuficiência renal.
A Anvisa informa que existem
diversas alternativas medicamentosas para terapias de pressão alta e, por isso,
não há risco de desabastecimento ou falta de medicamentos. A troca da medicação
deve ser feita mediante orientação de um médico ou de um farmacêutico.
Risco de câncer associado ao consumo de nitrosaminas
De açodo com a Anvisa,
autoridades europeias calcularam que o risco de câncer associado ao consumo
contínuo de nitrosaminas é de 0,00017%, ou um caso para cada grupo de 6.000
pessoas. Portanto, o risco é muito baixo e está associado ao consumo diário e
contínuo, em altas doses e durante cinco anos seguidos.
A Anvisa esclarece que o
consumo desses medicamentos não oferece risco imediato para as pessoas que
fazem uso deles. e que eles são eficazes para o tratamento de pressão alta, mas
recomenda que sejam trocados por outro de igual valor terapêutico.
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