Sadi Gitz, dono de fábrica
de cerâmica em recuperação judicial, se matou com tiro na cabeça depois de fala
do governador em evento em Aracaju nesta quinta-feira.
Segundo relatos de pessoas
que presenciaram o suicídio, o empresário Sadi Gitz se levantou após a fala do
governador, ameaçou dizer algumas palavras e se matou. Fontes do governo
estadual contaram que o empresário era dono de uma fábrica de revestimentos
cerâmicos que estava com as atividades suspensas por causa do alto preço do
gás. Com isso, ele teria falido.
Um empresário do setor de
cerâmica se matou com tiro na cabeça na frente do governador de Sergipe,
Belivaldo Chagas, e do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante
abertura de um seminário sobre o mercado de gás que aconteceria em Aracaju a partir
desta quinta-feira, 4.

A Cerâmica Escurial vinha
enfrentando dificuldades há algum tempo e atualmente está em recuperação
judicial. A empresa passou a consumir gás com pagamento antecipado e há cerca
de dois meses paralisou as atividades por falta de condições de caixa.
Belivaldo Chagas lamentou a
morte do empresário e disse: “Vida que segue”. Ante de se matar, Gitz chamou o
governador de “mentiroso”. Belivaldo responsabilizou a Petrobrás pelos preços
do gás praticados pela Sergas.
O governo do Estado de
Sergipe lamentou o ocorrido nas redes sociais e informou que o evento estava
cancelado: “O Governo do Estado de Sergipe lamenta o ocorrido com o empresário
Sadi Gitz, da cerâmica Escurial, que cometeu suicídio durante o evento. Por
conta do ocorrido, o Simpósio de Oportunidades para o novo cenário do gás
natural em Sergipe está cancelado”.
Crítica ao governo do Estado
Em maio deste ano, o
empresário Sadi Gitz, 70 anos, decidiu pela suspensão das atividades da fábrica
de revestimento cerâmicos Escurial e, em nota distribuída à imprensa, culpou o
o governo do Estado pela medida. “O motivo determinante para essa decisão foi o
preço do gás cobrado pela Sergas, empresa do governo do Estado de Sergipe”,
afirmou. Com a hibernação, foram perdidos 200 empregos diretos e 400 indiretos.
Sadi Gitz havia contestado
judicialmente a Sergas pelo preço que considerou abusivo, inclusive com um
“pedido de perdas e danos”. O empresário afirmou, em maio, que “a perda de arrecadação de tributos, redução de ambiente
de negócios, são fatos que se sobrepõem a qualquer discurso teórico-político.
Nenhuma empresa ou empresário tem satisfação em hibernar, mudar ou relocar uma
unidade, mas as condições operacionais só existem se houver uma política real
de fomento à atividade produtiva”.
O empresário era natural de
Porto Alegre e chegou ao Estado de Sergipe na década de 1980. Em 1993, fundou a
Cerâmica Escurial, no Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro, região
metropolitana de Aracaju. Em 2014, a Escurial viveu o melhor momento financeiro
e fez um investimento de R$ 70 milhões.
Gitz chegou a ocupar cargos
na prefeitura de Aracaju: foi superintendente municipal de Transportes e
Trânsito e da Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb). Também foi presidente da
Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Ascese).
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