O presidente Jair Bolsonaro
(PSL) determinou a suspensão do uso de radares móveis em rodovias federais. A
decisão foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União). Não
há indicação sobre quando a medida entrará em vigor.
Especialistas ouvidos pelo
UOL criticam a medida e dizem que a consequência de tirar ou diminuir radares
de velocidade nas estradas federais será o aumento do número de mortos em
acidentes. Um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo mostrou que o
número de mortes nas estradas brasileiras caiu 21,7% nos trechos de rodovias
federais em que há radares depois da instalação dos equipamentos.
Na segunda-feira, em evento
no Rio Grande do Sul, Bolsonaro havia anunciado que acabaria com os radares
móveis no país na semana que vem.
"Estou com uma briga
juntamente com o Tarcísio [de Freitas, ministro da Infraestrutura] na Justiça
para acabarmos com os pardais no Brasil, essa máfia de multas, que vai para o
bolso de alguns poucos nessa nação. É uma roubalheira. Anuncio para vocês que a
partir da semana que vem não teremos mais radares móveis no Brasil", disse
ele na ocasião.
A ordem publicada no DOU foi
dada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sergio Moro,
que é responsável pela Polícia Rodoviária Federal. A suspensão do uso dos
radares vale até que o Ministério da Infraestrutura conclua a reavaliação da
regulamentação dos procedimentos de fiscalização eletrônica de velocidade em
vias públicas.
A suspensão se aplica aos
radares estáticos, móveis e portáteis. Não há determinação sobre os radares
fixos, que ficam instalados em locais definidos e de forma permanente. Além
disso, a medida exige que o Ministério da Justiça revise os atos normativos
internos sobre o tema.
Segundo o documento assinado
pelo presidente, a medida tem como objetivo "evitar o desvirtuamento do
caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória dos instrumentos e
equipamentos medidores de velocidade".
No último dia 30, a Justiça
Federal homologou um acordo do governo Bolsonaro com o Ministério Público que
prevê a instalação de cerca de 1.140 radares de velocidade em rodovias
federais. O Dnit informou na segunda que a declaração do presidente Bolsonaro,
de acabar com os radares móveis, não tem implicação nenhuma no acerto
homologado na Justiça porque se refere a equipamentos fixos.
Para especialistas ouvidos
pelo UOL, a consequência de tirar ou diminuir radares de velocidade nas
estradas federais será o aumento do número de mortos em acidentes no país.
Reportagem da Folha
publicada em abril mostrou que o número de mortes nas estradas brasileiras caiu
21,7% nos trechos de rodovias federais em que há radares depois da instalação
dos equipamentos. Também houve redução de 15% nos índices de acidentes nos
trechos em que houve instalação dos radares.
Cerca de 37 mil pessoas
morrem no trânsito brasileiro anualmente. Até 2020, o governo brasileiro tem a
meta de reduzir pela metade as mortes no trânsito brasileiro em relação a 2010
--quando houve quase 43 mil casos.
Pesquisa Datafolha realizada
no início do mês passado apontou que 67% dos entrevistados reprovam a decisão
de acabar com radares nas estradas.
Conteúdo: ‘UOL’
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