Cerca de 1400 toneladas de
água radioativa são recuperadas todas as semanas da central de Fukushima. De
acordo com os especialistas nucleares, a única opção 'realista' seria um
'despejo controlado' no oceano Pacífico, mas vizinhos sul-coreanos são contra.
Conteúdo: ‘G1’
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A ONG Greenpeace na Coreia
do Sul declarou à RFI nesta terça-feira (13) estar preocupada com a intenção do
Japão de despejar no oceano Pacífico mais de um bilhão de litros de água
radioativa. Os resíduos são oriundos da central nuclear de Fukushima.
A água altamente poluída vem
dos lençóis freáticos situados sob a usina de Fukushima e, até o momento,
permaneceu contida em centenas de reservatórios. De acordo com os especialistas
nucleares, a única opção “realista” seria um “despejo controlado” no oceano Pacífico.
A sugestão deixou os vizinhos sul-coreanos horrorizados.
Cerca de 1400 toneladas de
água radioativa são recuperadas todas as semanas da central de Fukushima. As
tecnologias de descontaminação, que poderiam permitir um reaproveitamento,
ainda não são capazes de efetuar esse trabalho. Nesse contexto, o governo japonês
tem a intenção de autorizar a disseminação do produto no Pacífico a partir do
ano que vem.
“Despejar essa água no
oceano é a opção menos cara e mais rápida e estamos convencidos de que o Japão
fará essa escolha. Uma vez que ela chegar ao oceano, seguirá a corrente
marítima e se espalhará por toda a parte, inclusive no mar ao leste da Coreia
do Sul”, afirmou Chang Mari, representante sul-coreana da ONG Greenpeace, à
RFI.
O Greenpeace lançou um apelo
internacional diante da perspectiva do risco dessa poluição marítima.
“Acreditamos que será necessário esperar 17 anos para que essa contaminação
radioativa se dilua e atinja um nível seguro nas águas do mar. Os sul-coreanos
estão muito preocupados. Precisamos do apoio da comunidade internacional para
impedir o governo japonês. É um problema do interesse do mundo todo”, declarou
Chang Mari.
Além disso, a organização
ambiental acusa o Japão de se recusar a falar sobre os riscos provocados pela
radioatividade de Fukushima. E o governo sul-coreano critica Tóquio pela falta
de transparência quanto aos bilhões de litros de água contaminada que ameaça
suas costas.
Guerra comercial entre
Coreia do Sul e Japão
Além do desentendimento no
nível ambiental, a Coreia do Sul e o Japão travam uma guerra comercial. Na
segunda-feira (12), o governo sul-coreano inseriu o vizinho japonês numa
categoria secundária de parceiros comerciais, criada especialmente para esse país.
Atualmente, a lista de
parceiros comerciais da Coreia do Sul está dividida em dois grupos: a de países
que assinaram os quatro acordos internacionais de controle de exportações e os
que não fazem parte desses textos.
A nova categoria foi criada
para nações signatárias, mas que, apesar disso, aplicam um sistema de controle
das exportações que violam as normas internacionais. Apenas o Japão foi
incluído nesse grupo. A medida deve começar a ser adotada em setembro, mas Seul
continua aberto a negociações com Tóquio.
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