Texto foi aprovado por 18
votos a 7, e senadores passaram a analisar propostas que visam mudar o conteúdo
principal. Após conclusão dessa etapa, PEC seguirá ao plenário do Senado.
Imagem: Fátima Meira/Futura
Press/Estadão Conteúdo
Conteúdo: ‘G1’
A Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) por 18 votos a 7 o
texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da
Previdência.
Com a aprovação do
texto-base, os senadores passaram a analisar os destaques, propostas que visam
alterar o texto do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE), etapa que ainda estava
em andamento até a última atualização desta reportagem.
Quando a comissão concluir a
votação da PEC, o texto seguirá para o plenário do Senado, onde será submetido
a dois turnos de votação. A proposta só será aprovada se tiver os votos de pelo
menos 49 dos 81 senadores nos dois turnos.
A presidente da CCJ, Simone
Tebet (MDB-MS), pretende colocar em votação ainda nesta quarta a chamada PEC
paralela, que prevê a adoção, por estados e municípios, das regras do regime
próprio da previdência dos servidores da União, através da aprovação de lei
ordinária.
Ponto a ponto
Entre outros pontos, a
reforma da Previdência prevê:
·
idade mínima de aposentadoria: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres;
·
tempo mínimo de contribuição para trabalhadores do setor
privado: 15 anos para mulheres e 20
anos para homens (15 anos para homens já no mercado de trabalho);
·
tempo mínimo de contribuição para o funcionalismo público: 25 anos para homens e mulheres;
·
idade mínima de aposentadoria para trabalhadores da área
rural: 55 anos para mulheres e 60
anos para homens;
·
idade mínima de aposentadoria para professores: 57 anos para mulheres e 60 anos para homens;
·
policiais federais, legislativos, civis do DF e agentes
penitenciários: idade mínima de 55 anos
para homens e mulheres poderem se aposentar;
·
regras de transição:
para quem já está no mercado de trabalho.
·
Complementação de
voto
·
Mais cedo, nesta
quarta, o relator Tasso Jereissati apresentou um complemento de voto, acolhendo
uma série de emendas.
Saiba as mudanças acolhidas:
·
Proteção aos informais:
Especifica que os trabalhadores informais também terão direito ao sistema
especial de inclusão previdenciária, que hoje atende aos microempreendedores
individuais (MEI). O impacto fiscal esperado para os 10 primeiros anos é
positivo, já que a mudança, ao aumentar a cobertura previdenciária, aumenta
também a arrecadação.
·
Reparações:
Jereissati decidiu suprimir um trecho do parecer que previa que as indenizações
a anistiados passassem a ter tratamento previdenciário, exigindo o recolhimento
de tributos. O relator justificou a retirada argumentando que isso
"motivaria óbvias ações judiciais" contra a reforma, além de carregar
"o signo da retaliação". Segundo ele, o impacto dessa cobrança também
representaria apenas 0,1% em relação ao impacto total.
·
Ex-parlamentares:
Outra emenda acolhida especifica que as mudanças nas regras de aposentadoria
também valem para ex-parlamentares inscritos no Plano de Seguridade Social dos
Congressistas (PSSC). O relator explicou que a omissão no texto poderia retirar
do alcance da reforma os ex-parlamentares, “enquanto nosso entendimento é que a
Reforma da Previdência deve valer para todos”. “Assim, também eles deverão se
sujeitar àquela que é uma das mais rigorosas regras da reforma: idade mínima,
sem transição, de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com pedágio
extra de 30% além da idade mínima”, escreveu em seu complemento de voto.
Votação dos destaques
Saiba como foi a votação dos
destaques na CCJ:
Pensão por morte
A CCJ aprovou uma emenda
proposta pelo líder do MDB, Eduardo Braga (MDB-AM), que prevê que nenhuma
pensão deverá ter valor abaixo de um salário mínimo. Atualmente, uma portaria
do governo federal já prevê isso. No entanto, os senadores querem assegurar
essa condição na Constituição.
Essa alteração já estava
prevista no relatório de Tasso Jereissati, mas a ser feita pela chamada PEC
paralela.
"[O relator] faz as
alterações no âmbito da chamada PEC Paralela, não estando claro neste momento
quando ela será aprovada", afirmou Braga. "Até lá, a mudança seria
mantida de forma precária, por meio de uma portaria. As famílias brasileiras
precisam da segurança que somente o texto constitucional pode dar",
completou.
O líder do PSL, Major
Olímpio (SP), por orientação do governo, propôs por meio de destaque a rejeição
dessa mudança na PEC principal, mas foi vencido. A votação foi simbólica, sem
contagem de votos.
Idade mínima
Os senadores rejeitaram um
destaque proposto pelo líder do PSD, Otto Alencar (BA), que previa para o
regime geral a idade mínima de aposentadoria de 62 anos para homens, e tempo de
contribuição de 20 anos; e idade mínima de 60 anos para mulheres, e tempo de
contribuição de 15 anos.
“Julgamos justo que se
estabeleça uma idade mínima, mas que não seja tão dura”, afirmou Alencar na
justificativa de seu destaque.
Com isso, permaneceu no
texto a idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres.
Pis/Pasep
A CCJ também derrubou um destaque
proposto pelo líder do PDT, Weverton Rocha (MA), que queria retirar da PEC
principal alteração no pagamento anual do Pis/Pasep.
Weverton afirmou que a
proposta aprovada pela Câmara restringe o pagamento aos trabalhadores de baixa
renda – aqueles que recebem salário mensal de até R$ 1. 1.364,43.
“Atualmente, o abono
salarial é assegurado aos trabalhadores que recebem até 2 salários mínimos
[...]. A proposta de reforma da Previdência aprovada na Câmara dos Deputados
pode cortar o acesso de 12,7 milhões de trabalhadores ao abono salarial”, disse
Weverton na justificativa do seu voto.
O destaque foi rejeitado por
13 votos a 12. A presidente da CCJ, Simone Tebet, precisou desempatar a votação
e foi contrária à alteração.
Economia com mudanças
Com as mudanças promovidas
por Tasso Jereissati, sem a chamada PEC Paralela, a reforma da Previdência da
PEC principal gerará uma economia de R$ 870 bilhões em 10 anos para a União.
Caso a PEC paralela seja
aprovada pelo Congresso, a economia subirá para cerca de R$ 1,3 trilhão.
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