'Ela trazia leveza ao ambiente militar', diz amiga de bombeira que morreu em combate a queimada no DF
Marizelli Dias foi atingida
por árvore e fios de alta-tensão. Colega de pelotão dividiu café da manhã com
ela no dia do acidente: 'Chorei de rir das histórias'.
Amigos e parentes de
Marizelli Armelinda Dias – soldado do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal
morta depois de ser atingida por uma árvore e por fios de alta-tensão durante o
combate a um incêndio florestal neste domingo (15) – prestaram homenagens à
militar nesta segunda-feira (16).
Na manhã de domingo, horas
antes do acidente, Marizelli dividiu o café da manhã com uma amiga que trabalha
no mesmo pelotão, Josiane Oliveira da Silva. Ao G1, ela disse se lembrar com carinho do encontro.
"Nós comemos juntas,
ela sempre levava muita coisa para comer e dividia. Eu brincava com isso.
Chorei de rir com ela contando as histórias dela durante a folga. Animada,
ouviu o brado [sirene dos bombeiros para ocorrências] e foi", contou.
Josiane esteve no mesmo
grupo de formação de Marizelli. Elas começaram a servir ao Corpo de Bombeiros
em julho de 2018. Marizelli "estava sempre sorrindo" e contagiava o
pelotão com alegria, disse a amiga.
"Ela trazia uma leveza
ao ambiente militar, que é muito difícil e estressante. Ela trazia uma alegria,
dava tanta força. Ela amava cantar, tinha uma voz linda, então, quando
estávamos cansados e desanimados, ela cantava canções militares".
O perfil do Corpo de
Bombeiros do DF nas redes sociais também publicou uma homenagem. O texto,
assinado pelo tenente Cleônio Dourado de Souza, deseja força à família e
amigos.
"Algumas vezes, Deus
leva o nosso irmão, a nossa irmã e todo um Corpo de Bombeiros sente, toda uma
tropa chora. Descanse em paz, guerreira Marizelli, seu nome ecoará no livro dos
lendários, dos imortais, dos heróis que escrevem a nossa história. Nosso pesar
mais sentido e nossa continência mais honrosa a você", escreveu em um
trecho.
Investigação
O acidente ocorreu por volta
das 7h30 deste domingo (15). Marizelli arrastava uma mangueira de água de volta
para o carro dos bombeiros no momento em que foi atingida por um galho de
eucalipto, que também derrubou em cima da militar a rede de energia.
Com o impacto, ela sofreu
fraturas no ombro e no fêmur. Os fios de alta-tensão liberaram uma descarga
elétrica de 13.400 volts. A militar sofreu sucessivas paradas cardiorrespiratórias.
O atendimento no HRC levou mais de nove horas. Contudo, ela não resistiu.
As perícias da Polícia Civil
e de incêndio florestal do Corpo de Bombeiros vão analisar o local onde a
soldado foi atingida. Inicialmente, a corporação considera o acidente uma
"fatalidade".
O velório está previsto para
começar às 14h, no 2º Grupamento de Bombeiros Militar, no centro de Taguatinga.
O enterro deve ser às 17h30, no cemitério da mesma região administrativa.
Marizelli era divorciada e deixa dois filhos.
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