Ato do Greenpeace é em referência a manchas de
óleo no litoral.
Ativistas ambientais do
Greenpeace jogaram tinta preta na entrada do Palácio do Planalto, em Brasília,
na manhã desta quarta-feira (23). O ato simula as manchas de óleo que, desde
setembro, atingem o litoral nordestino.
Por volta das 10h30, 19
manifestantes foram detidos. O grupo foi levado para delegacia após o DF Legal
– órgão de fiscalização do governo local – notificar os organizadores por
descarte irregular de lixo em área pública (entenda abaixo). Os ativistas foram
liberados às 13h.
Vestido de preto, o grupo
levantou faixas com críticas à "lentidão" do governo federal para
conter as manchas nas praias. Os manifestantes posicionaram barris em frente à
sede da Presidência da República – simulando recipientes de petróleo – e
espalharam areia sobre uma lona azul, para representar o mar. Em seguida,
despejaram um líquido preto, mistura de óleo e tinta.
Em nota, a Presidência da
República afirmou que não vai comentar o ato. O Ministério do Meio Ambiente
disse que houve "depredação do patrimônio público".
"Não bastasse não ajudar no esforço de limpeza das praias, o Greenpeace
ainda depreda patrimônio público.”
O protesto
Cerca de 20 pessoas
participaram da manifestação. O porta-voz de clima e energia da ONG, Tiago
Almeida, afirma que o objetivo é "chamar a atenção das autoridades e da
população para a importância da gestão responsável dos recursos
ambientais".
"O governo precisa
colocar em prática, de maneira efetiva e correta, o Plano Nacional de
Contingência, combater esse óleo e proteger as populações que estão sendo
afetadas", disse. "As pessoas estão colocando a própria saúde em
risco."
"Precisamos encontrar o
local de origem desse óleo e entender o que está acontecendo."
O grupo chegou por volta das
8h e montou um telão próximo à Praça dos Três Poderes. Eles aguardaram o
hasteamento da bandeira, que ocorre todos os dias em frente à sede do governo,
para iniciar o ato.
No local, imagens retrataram
o desmatamento e as queimadas que atingem a Amazônia. As fotos alternavam com
frases como "Brasil manchado de óleo" e "Pátria queimada
Brasil".
Queimadas
Os manifestantes também
empilharam galhos de árvores que restaram de incêndios ocorridos na Amazônia
Legal. Os troncos foram amarrados nas cercas do Palácio do Planalto.
Seguranças da Presidência
tentaram impedir a instalação, mas não conseguiram.
Crime ambiental?
Após o ato, a Secretaria de
Proteção da Ordem Urbanística foi chamada para medir o espaço ocupado pela
instalação montada pelos ativistas. Ao G1, a equipe técnica do DF Legal
informou que o Greenpeace devem responder por "descarte irregular de
resíduo em área pública".
A medição preliminar indicou
que a instalação montada nesta quarta (23) pelos ativistas ocupou 4,30 metros
quadrados. O valor a ser cobrado ainda será calculado e deve levar em conta o
volume e o tipo de lixo.
De acordo com a Policia
Militar, equipes vão analisar os tipos dos materiais usados no protesto.
"Em princípio, houve a obstrução da via, tem a questão dos crimes de
trânsito e aquele material, aquele líquido que foi lançado lá que a gente não
sabe o que é ", disse o tenente Faleiros, que participou da abordagem.
Já, segundo o DF Legal, caso
o líquido seja considerado tóxico, o grupo pode responder por crime ambiental.
A diretora de campanhas do Greenpeace Brasil, Tica Minami, afirma, no entanto,
que todo o material usado é orgânico.
"O ato simboliza a
destruição que a gente está vendo no patrimônio ambiental e deixamos lá como
uma lembrança de que o governo precisa agir. Não faria sentido nenhum tirar
depois", argumenta.
Os manifestantes levados à
delegacia não quiseram falar com a imprensa. O advogado que representa o grupo,
Bernardo Fenelon, afirmou que os ativistas não resistiram ao comando da PM.
"Não houve abuso ou qualquer tipo de coerção".
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