Área desmatada no período foi de 9.762 km². Levantamento
é do sistema Prodes, do governo federal, que é o mais preciso para medir as
taxas anuais de desmatamento.
A área desmatada na Amazônia
foi de 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com números
oficiais do governo federal divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). Trata-se de um aumento de 29,5% em relação ao período
anterior (agosto de 2017 a julho de 2018) que teve 7.536 km² de área desmatada.
Os números divulgados nesta
segunda-feira (18) são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia
Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas
anuais. Ele é diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real
(Deter), que mostra os alertas mensais e já sinalizava tendência de aumento.
Entenda em 6 tópicos
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Alta foi de 29,5% em
12 meses: área passou de 7.536 km² (agosto/17 e julho/18) para 9.762 km²
(agosto/18 - julho/19);
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É a maior área desde
2008, quando o Prodes apontou 12.911 km² desmatados;
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Desde 2012, quando
desmatamento foi de 4.571 km², aumento anual é de 11,4%;
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Quatro estados
respondem por 84% da floresta derrubada, sendo 40% no Pará;
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Ministro Ricardo
Salles diz que principal motivo do crescimento é prática de atividades
econômicas ilegais
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Pesquisadores e ONGs
cobram fiscalização e nova postura do governo federal
Imagem: reprodução/g1
Período
de agosto a julho
O Prodes usa o intervalo
entre agosto e julho porque ele abrange tanto as épocas de chuva quanto as de
seca na região amazônica. Desse modo, envolve os momentos mais cruciais no
"ciclo do desmatamento" e é capaz de identificar eventuais
influências do clima.
O levantamento do Prodes é
realizado desde 1988. A informação publicada nesta segunda ainda é preliminar:
como em todos os anos, o Inpe revisará o dado no primeiro semestre de 2020, e
chegará à taxa consolidada.
A divulgação dos dados mais
recentes foi feita durante evento em São José dos Campos (SP) e teve a presença
dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência e Tecnologia,
Marcos Pontes, além do diretor do Inpe, Darcton Damião.
O Prodes faz o mapeamento
com imagens dos satélites Landsat, CBERS e ResourceSat. O sistema consegue
quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. Também registra o
chamado "corte raso" das florestas, que é a remoção completa da cobertura
florestal primária. Segundo o Inpe, o nível de precisão do Prodes é de
aproximadamente 95%.
Tendências e medidas
O atual índice compreende
áreas desmatadas no 2° semestre do ano passado, ainda sob a gestão do então
presidente Michel Temer, e neste 1º semestre, já na gestão de Jair Bolsonaro. O
atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, diz que fará uma reunião nesta
semana para discutir medidas.
O pico do desmate ocorreu em
1995, 29.059 km², em período que abrange os governos Itamar Franco e Fernando
Henrique, sendo que o número caiu para 13,2 mil km² em 1998.
Já em 2004 (agosto/2003 -
julho/2004) novamente a área passou dos 20 mil km², chegando ao total de 27,7
mil km². À época sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o governo
lançou um plano de ação que incluiu a criação do Deter. Na visão dos
especialistas, as medidas foram essenciais para a trajetória de queda nos anos
seguintes, chegando ao menor número em 2012, com cerca de 4,5 mil km²
desmatados.
Desmatamento por estados
No atual levantamento,
quatro estados respondem por 84% da floresta derrubada. Com 3.862 km² de área
desmatada, o Pará teve a maior participação. Foram 39,56% de toda a floresta
derrubada nestes 12 meses.
Mato Grosso, Amazonas e
Rondônia ultrapassaram os mil km² de desmatamento e foram, nesta ordem, os
estados que mais contribuíram com o aumento da taxa de desmate depois do Pará.
Imagem: reprodução/g1
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