Conteúdo: 'UOL'
Às vésperas de um ano de eleições municipais, o governo
Jair Bolsonaro (PSL) propõe fundir municípios pequenos e com baixa arrecadação,
além de restringir a criação de novas prefeituras. A proposta consta na PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) do Pacto Federativo, entregue nesta
terça-feira (5) ao Congresso Nacional.
Segundo Waldery Rodrigues, secretário especial de
Fazenda, 1.254 municípios se encaixam nessas condições hoje e seriam
incorporados a cidades vizinhas a partir de 2026. Isso representa quase um em
cada quatro municípios do Brasil —22,5% do total de municípios brasileiros
(5.570), segundo os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
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'Menos é mais'
O projeto elaborado pelo Ministério da Economia sugere
que municípios com menos de 5.000 habitantes e arrecadação própria menor do que
10% da receita total sejam incorporados por municípios vizinhos. A
justificativa é de que essa medida promoverá o fortalecimento da federação e
maior autonomia para gestão de recursos.
Número exato sairia no ano que vem
O assessor
especial do ministério, Rafaelo Abritta, disse que o número de 1.254 municípios
é uma estimativa feita com base em dados do IBGE. Mas a dimensão exata da
medida, caso aprovada, será conhecida no ano que vem, com base em dados do novo
censo.
"[O número de 1.254 é] uma estimativa do IBGE que
vai se comprovar ou não com o Censo do próximo ano. No início de 2021 que
teremos o rol definitivo de quais municípios serão atingidos ou não por essas
medidas", afirmou Abritta.
A análise sobre a arrecadação dos municípios, a
princípio, seria feita pelos TCEs (Tribunais de Conta do Estado). Segundo a
PEC, cada município poderá incorporar até três cidades que se enquadrem nesses
critérios. A incorporação se daria a partir de 2025, no final do próximo
mandato.
Outras
medidas
Além disso, a proposta prevê que todos os entes da
federação adotem um teto de gastos públicos, como o que existe para a União,
aprovado pelo governo Michel Temer.
O projeto ainda prevê que a Lei de Responsabilidade
Fiscal, o teto de gastos e a regra de ouro, que proíbe tomada de empréstimo
para o pagamento de despesas correntes, como salários e conta de luz, valerão
para todos os entes da federação, e não apenas para a União.
Também fica proibido o uso de fundos de pensão e
depósitos judiciais de ações entre particulares para despesas de estados e
municípios.
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