Conteúdo: 'UOL'
O Tribunal do Júri de
Ribeirão Preto condenou a 25 anos e oito meses de reclusão Tatiana Ferreira
Lozano Pereira, 34, acusada de matar, com uma facada no pescoço, e depois
colocar fogo no corpo do filho, Itaberli Lozano, 17. A motivação do crime,
apontada pela promotoria, seria a orientação sexual do adolescente, que era
homossexual. A defesa da condenada afirmou que irá recorrer à sentença.
O caso ocorreu em 29 dezembro de 2016, em
Cravinhos, cidade vizinha a Ribeirão, mas o corpo de Itaberli só foi encontrado
em 7 de janeiro. Os jurados também condenaram Victor Roberto da Silva, 21, e
Miller da Silva Barissa, 20, acusados de participarem do plano para matar o
jovem, a 21 anos e oito meses de reclusão. As defesas de Victor e Miller
informaram que também irão recorrer das sentenças proferidas.
O padrasto de Itaberli, Alex
Canteli Pereira, que seria julgado por ter participado do incêndio do corpo e
depois na ocultação do cadáver, foi dispensado do júri porque o advogado
renunciou a defesa dele, alegando conflito de interesses. Ele será julgado em
novo agendamento, em data vindoura.
Segundo o promotor Elizeu
Berardo, responsável pela acusação, a sentença reconhece a autoria do crime.
"As provas apontam a autoria do crime e também o motivo que levou a ele.
Não resta dúvida que o crime foi bárbaro e a punição retratou isso",
comenta.
Julgamento foi levado para Ribeirão Preto
O júri foi presidido pela
juíza Marta Rodrigues Maffeis Moreira, da 1ª Vara do Júri de Ribeirão. Apesar
de o crime ter sido cometido em Cravinhos, houve um pedido para que a Justiça
daquela cidade não fosse a responsável pelo julgamento do caso devido à intensa
repercussão na cidade.
O julgamento começou ontem,
quando 20 testemunhas foram ouvidas, além dos quatro acusados. Nesta quarta,
houve as considerações dos advogados e do Ministério Público.
No transcorrer do debate
entre Promotoria e defesas, o advogado Hamilton Paulino Pereira Júnior
abandonou a defesa do padrasto de Itaberli. Ele desistiu alegando conflito de
interesses porque já defendia Tatiana Pereira.
A Juíza, então, suspendeu o
julgamento de Alex Canteli e determinou que uma nova data seja marcada e que o
tratorista constitua um novo advogado. Se não o fizer em tempo hábil, a Justiça
deverá nomear um novo defensor.
O caso
Itaberli foi morto no dia 29
de dezembro, mas seu corpo só foi encontrado, carbonizado, em 7 de janeiro em
um canavial da cidade. O crime chocou a cidade de Cravinhos. A história ganhou
repercussão nacional depois que Dario Rosa, tio da vítima, levantou a hipótese
de que o homicídio tivesse relação com o fato de Itaberli ser gay, já que a mãe
não aceitava a orientação sexual do filho.
Tatiana, que em um primeiro
momento assumiu autoria do crime, posteriormente disse que Miller e Victor eram
os responsáveis pela morte do adolescente. A investigação, comandada pelo
delegado Helton Renz, chegou a uma conclusão diferente do que a segunda versão
apresentada por Tatiana. O relatório afirmou que Tatiana e Itaberli haviam tido
uma briga na segunda quinzena de dezembro e o jovem foi morar com a avó
paterna. "Era uma relação muito conturbada, repleta de brigas e
ofensas", declarou, durante o inquérito, delegado.
Segundo a versão policial, a
mãe ligou para Itaberli no dia 29 de dezembro e simulou ter feito as pazes e
combinou com Miler e Victor para que eles fossem buscar Itaberli na casa da avó
e o levassem até a casa da mãe. Quando entraram na garagem, emboscaram o jovem
e começam a espancá-lo.
De acordo com a
investigação, a mãe, que estava na casa, decidiu então matar Itaberli. Ela
golpeou o próprio filho com uma faca na altura do pescoço. Depois da morte, ela
ligou para o marido, padrasto do jovem, e pediu ajuda para se livrar do corpo,
que foi queimado e jogado em um canavial para ocultar o crime.
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