Conteúdo: ‘Jovem Pan’
Fica pronto, nesta
segunda-feira (4), o texto do projeto que define regras de aposentadoria
especial por exposição à agentes nocivos e atividades perigosas. A proposta faz
parte de um acordo costurado pelo líder do governo no Senado Federal, Fernando
Bezerra Coelho (MDB), para garantir a aprovação da reforma da Previdência em
segundo turno sem alterações no texto.
Na ocasião, um destaque
apresentado pelo senador Paulo Paim (PT), que tratava desse tema, dividiu o
plenário e colocou em risco a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) como ela estava. O projeto, redigido pelo governo e relatado pelo senador
Esperidião Amin (PP) define as situações em que determinadas categorias vão ter
direito à aposentadoria especial – entre elas, mineiros que trabalham no
subsolo, eletricistas que operam fios de alta tensão e vigilantes armados.
De acordo com o texto, a
Justiça só vai conceder esse tipo de aposentadoria de acordo com a atividade
exercida por cada trabalhador, e não simplesmente pela profissão. É o que
indica o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. “No projeto
deixamos claro quais são as condições que os agentes nocivos impactam na
atividade laboral e isso, na nossa opinião, vai dirimir com as questões
judiciais e deixar mais claro. E vai ser bom para quem exerce, de verdade, essa
atividade, e bom para a Previdência, evitar esse vácuo judicial.”
Segundo o governo,
atualmente, mais de 70% das aposentadorias especiais são dadas por decisões
judiciais. A advogada especializada em direito do trabalho e previdenciário,
Cristiane Grano Haik, explica o impasse em torno da questão. “A Justiça concede
aposentadoria especial para pessoas que trabalham em situações periculosas e,
por outro lado, existe, mencionado na lei, o adicional de risco, mas que nunca
teve regulamentação.”
PEC paralela
Ainda nesta semana, na
quarta-feira (6), deve ser votada, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
a PEC paralela da reforma da Previdência, que tem como ponto principal a
inclusão de servidores estaduais e municipais nas novas regras de
aposentadoria. O relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), destaca outro
ponto do texto: a criação de um benefício universal infantil.
De acordo com o tucano, a
proposta não geraria custos adicionais aos cofres públicos, pois poderia ser
financiada unificando diversas políticas já existentes focadas no público
infantil. O governo espera votá-la, em plenário, também na quarta-feira.
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