Uma jovem de 18 anos foi estuprada e assassinada por um preso
menos de 24 horas após ele deixar a prisão, segundo a polícia, liberado por
conta da pandemia de covid-19.
Jenifer Hugo Modesto desapareceu em Poços de Caldas (MG),
onde morava, no dia 4 de abril. De acordo com a polícia, ela percorreu a pé um
trecho ermo entre o terminal de ônibus e a casa dela, sendo abordada no caminho
por Éder Abrão Filadélfia, que havia sido solto no dia 3. Imagens exclusivas
obtidas pelo Domingo Espetacular mostram o trajeto percorrido por Jenifer.
Segundo a polícia, ele só foi preso dias depois, após tentar
cometer outro estupro. Ele confessou ter assassinado a garota e indicou onde
estava o corpo.
Éder Abrão é condenado por estupro e cumpria pena em presídio
a 80 km de Poços de Caldas. Foi liberado por ter hipertensão, o que coloca em
grupo de risco da covid-19.
O avanço do novo coronavírus dentro dos presídios brasileiros
permitiu a mais de 30 mil condenados cumprir pena em casa durante a pandemia. A
recomendação do Conselho Nacional de Justiça é pra liberar apenas quem está em
grupos de risco e não cometeu crimes graves.
Para o promotor Rogério José Filócomo Júnior, a ideia de que
o “criminoso vai ficar em casa beira uma certa inocência”. “Quem opera no
direito, não pode ser inocente a esse ponto”, afirma.
Pessoa
“amável”
A cunhada de Jenifer, Tainá dos Reis, conta que a garota era
“uma menina extremamente tranquila, não dava trabalho nenhum, começando a vida
dela agora. Não consigo acreditar”, afirma.
O namorado Emanuel Peres afirma que ela “era sorridente,
amigável, amável, tinha respeito por todo mundo”, conta.