A cidade de São Paulo tem ao menos 286 sem-teto diagnosticados com a Covid-19. Destes, 28 foram hospitalizados e morreram. Os dados são da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e correspondem ao período entre abril de julho de 2020.
Ainda, segundo a gestão municipal, os sem-teto diagnosticados com a Covid-19 permaneceram em isolamento em centros de acolhida até a confirmação laboratorial. Um relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde revela que 767 sem-teto foram classificados com suspeita da doença na cidade desde o início da pandemia.
Em nota, a prefeitura da capital disse que ampliou de 18 para 25 o número de equipes do programa "Consultório na Rua", o qual é composto por enfermeiros, assistente social, psicólogo, médico, atendente administrativo, agentes sociais e agentes de saúde que prestam serviço aos sem-teto. Há também o programa "Redenção na Rua" composto por oito equipes, cujos atendimentos incluem consulta médica e atendimento de enfermagem.
Entre os meses de abril e julho esses programas registraram:
17.249 usuários cadastrados;
68.955 abordagens;
12.461 consultas médicas;
20.973 atendimentos de outros profissionais de nível superior;
9.252 vacinas Influenza aplicadas;
9.252 ações de COVID nos equipamentos sociais e rua;
115.821 número de pessoas interrogadas para sintomático respiratório;
Aumento no número de sem-tetos
O último Censo de moradores de rua realizado na cidade de São Paulo foi divulgado no início de 2020 e revelou que essa população saltou de 15.905, em 2015, para 24.344 em 2019 - um aumento de 53% no período, na capital paulista.
Em maio, serviços de atendimentos voluntários a sem-tetos da cidade de São Paulo começaram a perceber um aumento no número de pessoas nas ruas desde o início da pandemia.
Na tenda de serviço franciscano, o número de refeições diárias passou de 50 em março para 2.500 em maio. No movimento estadual da população em situação de rua, o número de refeições cresceu de 200 pratos para 2.000, por dia. Para os freis, é preciso conseguir moradia para essas pessoas.
O presidente do movimento estadual da população em situação de rua, Robson Mendonça, disse que novas famílias estavam indo para rua para procurar abrigo.
“Agora mesmo, essa semana, oito famílias entraram para rua, perderam suas moradias, não puderam pagar pensão, perderam móveis, perderam tudo, foram pra rua, oito famílias, fora alguns solteiros que também não puderam manter e vieram engrossar as fileiras”, disse Robson.
Na ocasião, a Secretaria municipal de assistência e desenvolvimento social, informou que 380 pessoas, confirmadas ou com suspeita da Covid-19, haviam passado pelos serviços criados para atender os sem-teto. Atualmente, o número é de 767.
Projeto de hotel
Até maio, a Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), tinha publicado três editais buscando até 500 vagas em hotéis para acolher idosos em situação de rua durante a pandemia. Porém, os dois primeiros editais receberam propostas que foram recusadas por não atenderem a requisitos da gestão municipal, e o terceiro sequer teve interessados.
Em meio a protestos de grupos de apoio aos moradores em situação de rua, o prefeito Bruno Covas (PSDB) abriu no início de julho 100 idosos para idosos sem-teto em hotéis no Centro de São Paulo, por meio de contratos de emergência firmados com os hoteis Windsor e Rimoli pelo período de três meses, prorrogáveis por mais tempo, dependendo do andamento da pandemia na capital.
Conforme anunciado em maio pela gestão municipal, a prefeitura vai subsidiar até R$ 80 por pessoa em situação de rua hospedada em estabelecimento hoteleiro credenciado. O valor inclui café da manhã, almoço e jantar nos restaurantes dos estabelecimentos. Ao todo, o auxílio aos 100 idosos demandou R$ 720 mil, de acordo com o Diário Oficial de 2 de julho.
No total, a secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social afirma que 150 vagas foram ofertadas em hotéis da capital no período de pandemia e outras 90 vagas devem ser oferecidas nos próximos dias em hotéis já escolhidos.
As últimas 50 vagas foram ofertadas na rede Cipriani Hoteis, também no centro, pelo valor de R$ 360 mil durante os mesmo três meses, segundo publicação do Diário Oficial de 01 de agosto. No total, as 150 vagas custaram à SMADS R$1,08 milhão, pelos três meses de atendimento aos idosos em situação de rua.
*Com informações de G1.
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