Na tarde desta quarta-feira, 14, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Luís Roberto Barroso que determinou a instalação da CPI da Covid-19, que irá apurar as ações e supostas omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez a leitura do requerimento, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na sessão de ontem – com isso, a comissão já pode ser instalada para o início dos trabalhos. Em um julgamento breve, de cerca de uma hora, a Corte referendou a decisão de Barroso por 10 votos a 1. Em seu voto, Barroso destacou que caberá ao Senado definir o modus operandi da CPI. “Caberá ao Senado, portanto, decidir se a CPI funcionará por videoconferência, por modo presencial ou semipresencial”, afirmou. Ficou vencido o ministro Marco Aurélio Mello. O decano defendeu que decisões monocráticas tomadas pelo relator em mandado de segurança não precisa
Uma operação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) prendeu preventivamente, na manhã desta terça-feira (29), o guru Pedro Ícaro de Medeiros, conhecido como Ikky, acusado de cometer uma série de abusos físicos e crimes sexuais durante reuniões de uma seita espiritual. A prisão preventiva ocorreu em decorrência da prática de crimes contra duas adolescentes, porém ele foi denunciado por outros jovens que frequentavam a Comunidade Afago.
À época das denúncias, Ícaro disse que no começo deste ano registrou Boletim de Ocorrência alegando ser vítima de calúnia e difamação por parte de pessoas que deixaram a comunidade. Ele negou as acusações de estupro. Segundo o guru, houve relações sexuais com alguns homens, mas elas eram consentidas.
Até as 9h50 desta terça-feira, o G1 não havia localizado a defesa de Pedro Ícaro para comentar sobre a prisão.
A operação, nomeada de "Erasta", também cumpriu nesta terça ordens de busca e apreensão em três endereços na capital cearense contra o guru. Os mandados foram expedidos pela 12ª Vara Criminal de Fortaleza. Conforme o MPCE, foram apreendidos aparelhos celulares e computadores.
Os crimes cometidos contra dois adolescentes por Ikky foram investigados pelo Núcleo de Investigação Criminal e contou com a colaboração do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV). As investigações iniciaram com a hashtag #exposedfortal, que denunciava crimes sexuais cometidos por suspeitos no Ceará. Após a hashtag, o Ministério Público lançou duas campanhas convocando as vítimas de crimes sexuais no estado.
Em seguida, duas vítimas denunciaram Pedro Ícaro de Medeiros como autor de crimes sexuais em desfavor delas.
O guru ficou nacionalmente conhecido ao ser denunciado por uma série de abusos físicos, sexuais e psicológicos a membros da comunidade. O caso foi revelado pelo Fantástico, na edição de 19 de julho. (Veja na reportagem abaixo)
Segundo o coordenador do Núcleo de Investigação Criminal do MPCE, Humberto Ibiapina, os crimes investigados nesse inquérito foram o início da prática criminosa de Ícaro, antes do desenvolvimento do suspeito na Comunidade Afago. Ibiapina afirmou que o guru conheceu as se aproximou das vítimas prometendo que teria a 'salvação'.
"Essas duas vítimas são, talvez, as primeiras vítimas do modo de agir do Ícaro. Se aproximava de pessoas carentes, pessoas com problemas pessoais, que sentiam essa carência de uma pessoa que conversasse, interagisse, e, a partir daí, ele fazia essa aproximação", explica o coordenador.
O coordenador afirmou que a prisão ocorreu por volta de 5h30 e que o estudante não resistiu. "Embora ele não tenha recebido, aberto a porta, a gente conseguiu entrar. Ele só pediu que nós explicássemos o que estava acontecendo. Foi mostrada a ordem judicial, e, a partir, daí ele ficou tranquilo", relatou Ibiapina.
*Com informações de G1.