Polícia cumpre mandados de busca na secretaria estadual da Saúde e na Câmara de SP em investigação sobre suposto desvio de verbas
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (29) na secretaria estadual da Saúde de São Paulo e da Câmara Municipal da capital paulista, na operação Raio X, que apura desvios de dinheiro público na área da saúde.
O alvo na Câmara Municipal era um funcionário do gabinete do vereador Eliseu Gabriel (PSB). O vereador não é investigado. À TV Globo, o parlamentar disse que o funcionário foi exonerado e que será readmitido se for inocentado ao fim da investigação.
Já na secretaria estadual de Saúde, os alvos foram uma médica e uma advogada, funcionárias da pasta.
A operação prendeu 51 suspeitos de desviar verbas da saúde em 14 cidades do estado. A polícia também apreendeu R$ 700 mil, além de bens como carros e aviões.
Em nota, a Secretaria diz que colabora com as investigações e que fará "um pente-fino em todos os contratos e convênios firmados com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) apontadas pelo MP e Polícia Civil". O texto diz ainda que romperá os contratos caso as irregularidades sejam comprovadas.
A ação é coordenada pela Polícia Civil de Araçatuba por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e faz parte de uma operação realizada em conjunto com o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal do Pará.
Ao todo, são 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca, sendo 180 no estado de São Paulo e 57 nos demais estados, além do sequestro de bens e valores.
Os policiais também fizeram buscas no Hospital Geral de Carapicuíba e no Hospital Municipal Antônio Giglio, um dos maiores de Osasco. Em nota, a prefeitura diz aguardar a manifestação oficial da operação e, caso seja constatada qualquer irregularidade que possa vincular o município, adotará as medidas necessárias.
Na região de Araçatuba, são cumpridos mandados nas Santas Casas de Birigui e na de Penápolis.
Sofisticado esquema de corrupção, diz Ministério Público
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a investigação durou aproximadamente dois anos, período em que foram levantadas informações que indicam a existência de um sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e profissionais liberais, bem como de desvio de milhões de reais que deveriam ser aplicados na saúde.
O esquema envolve uma Organização Social (OS) que administra hospitais e clínicas em várias cidades do país.
Os donos são suspeitos de pagar propina a agentes públicos para conseguir os contratos que, em geral, são superfaturados.
Os crimes investigados são fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
*Com informações de G1.
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