Na tarde desta quarta-feira, 14, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Luís Roberto Barroso que determinou a instalação da CPI da Covid-19, que irá apurar as ações e supostas omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez a leitura do requerimento, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na sessão de ontem – com isso, a comissão já pode ser instalada para o início dos trabalhos. Em um julgamento breve, de cerca de uma hora, a Corte referendou a decisão de Barroso por 10 votos a 1. Em seu voto, Barroso destacou que caberá ao Senado definir o modus operandi da CPI. “Caberá ao Senado, portanto, decidir se a CPI funcionará por videoconferência, por modo presencial ou semipresencial”, afirmou. Ficou vencido o ministro Marco Aurélio Mello. O decano defendeu que decisões monocráticas tomadas pelo relator em mandado de segurança não precisa
As altas temperaturas registradas nos últimos dias provocaram a morte de mais de 30 mil galinhas em Bastos (SP), cidade que tem a maior produção de ovos do estado de São Paulo.
Em uma das granjas do município, que tem um plantel de 800 mil aves, produtores relataram que 30 mil morreram por causa do calor. Em outra, de 35 mil, pelo menos 5 mil galinhas perderam a vida por causa do calor.
Os avicultores disseram que nunca vivenciaram um calor tão forte que durou por tanto tempo na cidade.
De acordo com o Inmet, Bastos registrou temperaturas acima de 40ºC nesta semana, chegando a atingir 41,4ºC no sábado (3). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal é entre 60% e 80%, mas a cidade chegou a ter índices bem reduzidos, ficando abaixo de 9% de umidade em alguns momentos.
Segundo o avicultor e veterinário Sérgio Kakimoto, a temperatura ideal para as aves é de 28ºC. "Elas suportam um calor de até 39ºC, esse é o limite na sensação térmica, mas tem feito mais de 40ºC, então elas não estão aguentando", explica.
Por causa disso, os produtores relataram que as galinhas estão se alimentando menos e bebendo mais água, o que faz elas botarem ovos menores e em menos quantidade. A estimativa é de que 30% da produção deve cair por conta disso.
"Com as galinhas que se alimentam mais o problema é maior, porque com esse calor, a ração começa a fermentar no intestino delas e o calor começa vir de dentro. É como se elas cozinhassem por dentro, o que é uma das causas da morte pelo calor", explica o veterinário.
As granjas de Bastos comandam 36% da produção do estado, segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Com a produção menor, os produtores informaram que o preço do produto deve subir nos próximos dias.
Para tentar amenizar o calor e, consequentemente, o prejuízo, os avicultores estão jogando água com um produto à base de eucalipto nas galinhas. Porém, segundo Sérgio é preciso ter cuidado com o vapor que esse sistema pode gerar.
"A combinação do forte calor e da baixa umidade relativa do ar, que chegou a 9% em alguns dias, tem sido fatal para as galinhas. E a ventilação nem sempre funciona porque o ar quente pode sufocar as aves", comenta.
"A nebulização com a água deve ser feita de forma controlada , tanto a quantidade quanto o tempo, porque se exagerar cria uma câmara de vapor que também é prejudicial", completa Sérgio.
Ainda segundo o criador de frangos, a morte de tantas galinhas não acontecia desde 2012. Na época, as aves morreram em um único dia de muito calor, dessa vez o problema se arrasta há pelo menos uma semana, desde o início da onda de calor na região.
*Com informações de G1.