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Uma pessoa é assassinada a cada 10 minutos no país, diz Anuário




As mortes violentas intencionais voltaram a crescer no 1º semestre de 2020 em todo o país, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta segunda-feira (19).

No primeiro semestre desse ano, foram registradas 25.712 mortes violentas intencionais em todo o país, o que representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado - quando foram registradas 24.012 mortes violentas intencionais. "Existia uma expectativa de que com o isolamento social, houvesse um estancamento de alguns índices, o que não ocorreu", afirma Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum.



"Por um lado, há o fim da trégua entre organizações criminosas que disputam rotas importantes de cocaínas e outras drogas. Por outro lado, a pandemia acentuou os feminicídios em todo os país. Esses dois fatores ajudam a explicar o aumento no número de mortes violentas", afirma a pesquisadora.

O estudo revelou ainda que, nesse período, 110 policiais foram assassinados, o que representa um aumento de 19,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao número de mortes decorrentes de intervenções policiais, foram 3.181 vítimas, um crescimento de 6% ante o mesmo período de 2019. 



“Somos um país profundamente violento e não conseguimos enfrentar o problema da violência de forma satisfatória”, afirma Renato Sérgio de Lima. “Basicamente, o Brasil vê um repique considerável, que não é pontual, pensando em um fenômeno nacional.”

O Ceará se destaca nesse cenário com 2.340 mortes violentas no primeiro semestre desse ano ante 1.190 no ano passado - uma variação de 96,6%, a maior entre os estados. Segundo os pesquisadores, essa variação decorre da paralisação da polícia militar ocorrida em fevereiro deste ano.



Naquele momento, houve uma reorganização das facções criminosas. “As polícias precisam refletir sobre como oferecer um serviço de mais qualidade com melhores condições de atuação”, afirmou o pesquisador. "A crise veio junto com um novo padrão de atuação do crime organizado: as disputas por território e por pontos de drogas começaram a crescer."

Segundo o pesquisador, as condições de trabalho dos policiais é um problema estrutural do país. "A agenda do trabalho e reforma das polícias precisa ser enfrentada."



Em relação aos casos de violência contra a mulher durante a pandemia, o Anuário registrou uma queda no número de registros em delegacias. A diminuição foi de 9,9% em registros de agressão em decorrência de violência domésica. Ao mesmo tempo, aumentaram os chamados para o número 190 e cresceu 3,8% o número de acionamentos da PM para casos de violência doméstica. 

O número de feminicídio aumentou 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O estudo contabilizou 648 vítimas fatais.



Em relação aos crimes contra o patrimônio, houve uma diminuição de 34% em roubos a pessoas que circulam pelas ruas, queda de 22,5% no roubo de veículos, redução de 25,7% nos roubos de carga, diminuição de 18,8% nos roubos a comércios e queda de 16% nos roubos em residências.

Vale lembrar que essas reduções ocorreram em um período marcado pelo isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus. 



O Anuário registrou ainda um crescimento de 56,7% no volume de cocaína apreendida pela Polícia Rodoviária Federal, bem como um aumento de 128,3% no volume de maconha encontrado. Os totais de drogas apreendidos nesse período foram de 14 e 316 toneladas respectivamente.

Violência em 2019

O Anuário de Segurança Pública registrou um total de 47.773 mortes violentas intencionais no ano passado, o que representou uma redução de 17,7% em relação ao ano anterior. Isso significa uma taxa de 22,7 por 100 mil habitantes.



Foram 39.561 homicídios, 1.577 latrocínios e 172 assassinatos de policiais. Em 2019, foram registradas 6.357 mortes por intervenções policiais, sendo 13,3% das mortes violentas provocadas pelas polícias. 

Em relação às vítimas da violência letal no Brasil, o estudo constatou que 74,4% são negros, 25,3% brancos e 0,4% amarelos e indígenas. O levantamento mostrou ainda que 51,6% são jovens até 29 anos, 8,8% mulheres e 91,2% homens e 72,5% dos crimes foram cometidos com arma de fogo.

*Com informações de R7.









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