Esse é o menor resultado para o índice desde agosto de 2020 (0,24%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O grupo de Alimentos e bebidas continua a pressionar a inflação (1,02%), mas com menos força. Mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos preços de passagens aéreas ajudaram a segurar os preços em janeiro.
“Houve uma queda de 5,60% no item energia elétrica, que foi, individualmente, o maior impacto negativo no índice do mês (-0,26 p.p.) Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343", explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
"Isso resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo Habitação, do qual esse item faz parte, mesmo com a alta em outros componentes, como o gás encanado (0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)”, completa.
Outro grupo que perdeu ritmo e pressionou de forma mais tímidas os preços em janeiro foi o de Vestuário (-0,07%), após alta de 0,59% em dezembro, quando as festas de fim de ano aqueceram as vendas do setor.
Impacto por setores
Os demais sete grupos, no entanto, registraram preços maiores em janeiro. O grupo de Alimentos e bebidas apresentou a maior variação e o maior impacto positivo (0,22 ponto percentual) no IPCA desse mês. Apesar disso, a alta foi menos intensa que a de dezembro (1,74%).
“Os alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior, variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%), assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no mês anterior, aumentaram”, destaca Kislanov.
O custo dos Transportes (0,41%), grupo com o segundo maior peso no IPCA, perdeu ritmo em comparação com dezembro (1,36%), principalmente devido à queda no preço das passagens aéreas (-19,93%), cujos preços haviam subido 28,05% no mês passado.
No entanto, os combustíveis (2,13%) apresentaram variação superior à do mês passado (1,56%), com destaque para a gasolina (2,17%) e o óleo diesel (2,60%).
Reajuste dos planos de saúde
O IBGE lembra que os planos de saúde (0,66%), que estavam com reajuste suspenso em 2020, terão agora em 2021 os aumentos retroativos, isto é, o reajuste não aplicado no ano passado passará a ser incorporado nos boletos deste ano, somado, claro, ao reajuste de 2021 também.
De acordo com a pesquisa, isso impacta no grupo Saúde e cuidados pessoais, que teve inflação de 0,32%. Em janeiro, já foi incorporada a primeira parcela da fração mensal do reajuste anual que estava suspenso no ano passado.
INPC
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também desacelerou, e teve alta de 0,27% em janeiro. Em dezembro, o índice estava em 1,46%. Em 12 meses, o INPC acumula alta de 5,53%. Há um ano, em janeiro de 2020, a taxa foi de 0,19%.
O INPC é calculado com base em famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, em dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Já o IPCA abrange famílias que ganham até 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de renda.
*Com informações de R7.
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