O governo de São Paulo suspendeu a vacinação de grávidas com comorbidades, que deveria começar a partir desta terça-feira (11), conforme previsto pelo calendário da gestão estadual. A medida também já foi tomada no estado do Rio de Janeiro, em Pernambuco e no Mato Grosso do Sul.
A determinação ocorre de forma preventiva, após a Agência de
Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a suspensão imediata da aplicação da
vacina contra Covid da AstraZeneca/Fiocruz nesse público.
De acordo com a gestão de João Doria (PSDB), a suspensão será
mantida até que ocorra uma nova orientação por meio do Programa Nacional de
Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou
que o estado não tem doses suficientes das vacinas da CoronaVac e Pfizer, os
outros dois imunizantes aplicados no país, para conseguir vacinar essa parte da
população.
"Temos ainda um quantitativo para a vacina do Butantan
[CoronVac] que não daria, não conseguiria pleitear todas as mulheres grávidas
do nosso estado, assim como a dificuldade da vacina da Pfizer, frente às baixas
temperaturas [de armazenamento], uma questão absolutamente de logística e de
estocagem, nós temos que encerrar ou suspender temporariamente pra que nós, da
Secretaria de Estado da Saúde, estejamos não só aguardando as orientações
técnicas do Ministério da Saúde, em relação a qual vacina estará sendo
orientada para esse público, bem como o desenho da logística que faremos a todo
o nosso estado".
A suspensão, entretanto, não afeta a vacinação das puérperas,
mães de recém-nascidos, que tenham comorbidades. Elas poderão ser imunizadas a
partir desta terça (12).
O secretário defendeu a eficácia e qualidade da vacina, e
disse que a suspensão não deve comprometer a vacinação dos demais públicos no
país.
"O que houve foi uma modificação pontual para um grupo
específico que é o grupo das grávidas. Isso não se estende, isso não
descontinua a utilização da AstraZeneca, uma excelente vacina, segura, eficaz,
protetora e, dessa maneira, ela vai continuar sendo ministrada em outros
grupos, com exceção das mulheres grávidas."
Recomendação
da Anvisa
A nota emitida pela agência reguladora na noite desta segunda
(10) diz que a orientação é que "seja seguida pelo Programa Nacional de
Imunização (PNI) a indicação da bula da vacina AstraZeneca e que a orientação é
resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre
as vacinas Covid em uso no país".
A Anvisa, no entanto, não relatou nenhum evento adverso
ocorrido em grávidas no Brasil.
O texto diz ainda que "o uso de vacinas em situações não
previstas na bula só deve ser feito mediante avaliação individual por um
profissional de saúde que considere os riscos e benefícios para a
paciente".
A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca, porém,
não recomenda o uso da vacina sem orientação médica.
Novos
públicos
Nesta terça (11), o estado de São Paulo começou a vacinar
contra a Covid pessoas com deficiência permanente com idade entre 55 e 59 anos
e metroviários e ferroviários. A expectativa é a de vacinar 140 mil pessoas
nestes novos grupos prioritários.
O próximo grupo no calendário estadual será o de pessoas com
comorbidades com idade entre 55 e 59 anos, a partir da quarta-feira (12).
Na sexta-feira (14), começa a vacinação de pessoas com idade
entre 50 e 54 anos com doenças preexistentes ou deficiência permanente.
E na próxima terça, dia 18, motoristas e cobradores de ônibus
municipais e intermunicipais começarão a ser imunizados. Segundo o governo
estadual, 165 mil pessoas vão receber a vacina nesta etapa.
Fonte: G1
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