Israel e Hamas aprovam cessar-fogo - Cessar-fogo "mútuo e simultâneo", mediado pelo Egito, será iniciado às 2 horas de sexta-feira (20 horas em Brasília). Mais de 240 pessoas morreram em dez dias de conflito, a maioria palestinos.
Casa destruída por ataque aéreo israelense na cidade de Khan
Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 19 de maio — Foto: Yousef Masoud/AP |
Um cessar-fogo "mútuo e simultâneo", mediado pelo
Egito, será iniciado às 2 horas de sexta-feira (20 horas de quinta-feira em
Brasília), anunciaram Israel e o Hamas nesta quinta-feira (20). Veja abaixo a
íntegra do comunicado israelense.
A maior escalada de violência na região teve início no dia
10, e deixou pelo menos 244 mortos em dez dias, sendo 232 em Gaza e 12 em
Israel.
Um acordo vinha sendo tentado há dias, com pressão
internacional principalmente sobre Israel, embora o primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu continuasse afirmando que continuaria a ofensiva até devolver “calma
e segurança” aos cidadãos israelenses.
Após várias conversas com Netanyahu, nesta quinta-feira o
presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone com o presidente egípcio,
Abdel Fattah al-Sisi, segundo a Casa Branca. O Egito foi o interlocutor nas negociações
por ter acesso ao Hamas.
A França havia divulgado uma resolução da ONU ampliando a
pressão sobre os EUA para que o país exigisse um cessar-fogo e emitiu uma
declaração conjunta com o Egito e a Jordânia que “exortava as partes a
concordarem imediatamente com um cessar-fogo”.
Além disso, segundo a rede de TV Al JAzeera, o enviado da ONU
para o Oriente Médio, Tor Wennesland, estava se reunindo com o chefe do Hamas,
Ismail Haniyeh, no Catar.
Na quarta-feira, uma autoridade graduada do Hamas disse que
esperava que Israel e os militantes de Gaza chegassem a um cessar-fogo
"dentro de um ou dois dias". "Acredito que os esforços contínuos
em relação ao cessar-fogo terão sucesso", afirmou Moussa Abu Marzouk, do
Hamas, durante uma entrevista à TV al-Mayadeen, do Líbano.
O comunicado israelense deixa claro que a paz, porém, pode
ser temporária. Leia a seguir:
"O Gabinete de Segurança se reuniu esta noite. O
Gabinete de Segurança Política aceitou unanimemente a recomendação de todos os
agentes de segurança, o chefe do estado-maior, o chefe do Shin Bet (agência de
segurança interna), o chefe do Mossad (inteligência estrangeira) e o chefe do
Conselho de Segurança Nacional, para aceitar a iniciativa egípcia de um
cessar-fogo incondicional bilateral, que entrará em vigor em uma data
posterior.
O chefe do Estado-Maior, o setor militar e o chefe do GSS
revisaram perante os ministros as grandes conquistas de Israel na campanha,
algumas das quais sem precedentes.
A ala política enfatiza que a realidade concreta determinará
a continuação da campanha”.
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