O presidente Bolsonaro disse que o país está promovendo o
modal ferroviário e outras ações dentro do seu programa de parceria de
investimentos, e que já foram firmados mais de US$ 6 bilhões em contratos
privados para novas ferrovias. O presidente lembrou que em agosto o governo
também instituiu um novo marco legal para o setor, permitindo que a construção
de novas ferrovias seja feita por meio de uma autorização simplificada.
“Em poucos
dias, recebemos 14 requerimentos de autorizações para novas ferrovias com quase
US$ 15 bilhões de investimentos privados”, disse. “Como reflexo, menor consumo
de combustíveis fósseis e redução do custo Brasil, em especial no barateamento
da produção de alimentos”, complementou Bolsonaro.
Durante seu discurso, o presidente reafirmou o compromisso
firmado na Cúpula de Líderes sobre o Clima, em abril, de alcançar, até 2050, a
neutralidade zero de emissões de gases de efeito estufa no país, antecipando em
dez anos a sinalização anterior, prevista no Acordo de Paris.
Os artigos 5º e 6º do Acordo de Paris, firmado em 2015,
tratam sobre os procedimentos financeiros para alcançar a redução das emissões,
tema que deverá ser debatido na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança
Climática, a COP26, que será realizada em novembro em Glasgow, na Escócia.
Covid-19
Ainda em meio à pandemia da covid-19, esta edição da
Assembleia Geral da ONU é realizada de forma híbrida, com declarações
presenciais e por vídeo. No ano passado, o evento foi totalmente virtual.
Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a fazer um pronunciamento e o
presidente Jair Bolsonaro optou em ir pessoalmente a Nova York.
Ele lamentou as mortes por covid-19 e disse que o governo vai
vacinar “todos que escolheram ser vacinados no Brasil” até novembro. O
presidente se manifestou contra o passaporte da vacinação, que cobra imunização
dos cidadãos para acesso a serviços. “Apoiamos a vacinação, contudo o nosso
governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer
obrigação relacionada a vacina”, disse.
Durante seu discurso nas Nações Unidas, Bolsonaro também
disse que o governo brasileiro apoia “a autonomia do médico na busca do
tratamento precoce”. “Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial.
Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e
no seu uso off-label”, disse.
“Não
entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se
colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão
responsabilizar a todos”, complementou.
Em sua fala, o presidente também destacou a atuação
brasileira no campo humanitário e no combate à pandemia; às mudanças que seu
governo está promovendo no país e o retorno do Brasil ao Conselho de Segurança
da ONU. No biênio 2022-2023, o Brasil ocupará um assento não permanente na
entidade.
Leia a
íntegra do discurso
Nova
Iorque/EUA
BRAZIL
09/21/21
Senhor
Presidente da Assembleia-Geral, Abdulla Shahid,
Senhor
Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres,
Senhores
Chefes de Estado e de Governo e demais chefes de delegação,
Senhoras e
senhores,
É uma honra
abrir novamente a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Venho aqui
mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões.
O Brasil
mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019.
Estamos há
2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção.
O Brasil
tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus
militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo.
Isso é muito,
é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo.
Nossas
estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, hoje são lucrativas.
Nosso Banco
de Desenvolvimento era usado para financiar obras em países comunistas, sem
garantias. Quem honra esses compromissos é o próprio povo brasileiro.
Tudo isso
mudou. Apresento agora um novo Brasil com sua credibilidade já recuperada.
O Brasil possui
o maior programa de parceria de investimentos com a iniciativa privada de sua
história. Programa que já é uma realidade e está em franca execução.
Até aqui,
foram contratados US$ 100 bilhões de novos investimentos e arrecadados US$ 23
bilhões em outorgas.
Na área de
infraestrutura, leiloamos, para a iniciativa privada, 34 aeroportos e 29
terminais portuários.
Já são mais
de US$ 6 bilhões em contratos privados para novas ferrovias. Introduzimos o
sistema de autorizações ferroviárias, o que aproxima nosso modelo ao americano.
Em poucos dias, recebemos 14 requerimentos de autorizações para novas ferrovias
com quase US$ 15 bilhões de investimentos privados.
EM NOSSO
GOVERNO PROMOVEMOS O RESSURGIMENTO DO MODAL FERROVIÁRIO.
Como
reflexo, menor consumo de combustíveis fósseis e redução do custo Brasil, em
especial no barateamento da produção de alimentos.
Grande
avanço vem acontecendo na área do saneamento básico. O maior leilão da história
no setor foi realizado em abril, com concessão ao setor privado dos serviços de
distribuição de água e esgoto no Rio de Janeiro.
Temos tudo
o que investidor procura: um grande mercado consumidor, excelentes ativos,
tradição de respeito a contratos e confiança no nosso governo.
Também
anuncio que nos próximos dias, realizaremos o leilão para implementação da
tecnologia 5G no Brasil.
Nossa
moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de
pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional.
Nenhum país
do mundo possui uma legislação ambiental tão completa.
Nosso
Código Florestal deve servir de exemplo para outros países.
O Brasil é
um país com dimensões continentais, com grandes desafios ambientais.
São 8,5
milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma
desde o seu descobrimento, em 1500.
Somente no
bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade
do planeta. Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa
Ocidental.
Antecipamos,
de 2060 para 2050, o objetivo de alcançar a neutralidade climática. Os recursos
humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais,
foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal.
E os
resultados desta importante ação já começaram a aparecer!
Na
Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando
comparado a agosto do ano anterior.
QUAL PAÍS
DO MUNDO TEM UMA POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL COMO A NOSSA?
Os senhores
estão convidados a visitar a nossa Amazônia!
O Brasil já
é um exemplo na geração de energia com 83% advinda de fontes renováveis.
Por ocasião
da COP-26, buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono
global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus
compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes.
O futuro do
emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável,
indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e
turismo.
Ratificamos
a Convenção Interamericana contra o Racismo e Formas Correlatas de
Intolerância.
Temos a
família tradicional como fundamento da civilização. E a liberdade do ser humano
só se completa com a liberdade de culto e expressão.
14% do
território nacional, ou seja, mais de 110 milhões de hectares, uma área
equivalente a Alemanha e França juntas, é destinada às reservas indígenas.
Nessas regiões, 600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam
utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades.
O Brasil
sempre participou em Missões de Paz da ONU. De Suez até o Congo, passando pelo
Haiti e Líbano.
Nosso país
sempre acolheu refugiados. Em nossa fronteira com a vizinha Venezuela, a
Operação Acolhida, do Governo Federal, já recebeu 400 mil venezuelanos
deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura
bolivariana.
O futuro do
Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Concederemos visto humanitário
para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos.
Nesses 20
anos dos atentados contra os Estados Unidos da América, em 11 de setembro de
2001, reitero nosso repúdio ao terrorismo em todas suas formas.
Em 2022,
voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos
181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma
política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de
Relações Exteriores.
Apoiamos
uma Reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente.
A pandemia
pegou a todos de surpresa em 2020. Lamentamos todas as mortes ocorridas no
Brasil e no mundo.
Sempre
defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma
responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de
inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo.
No Brasil,
para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de
governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio
emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.
Lembro que
terminamos 2020, ano da pandemia, com mais empregos formais do que em dezembro
de 2019, graças às ações do nosso governo com programas de manutenção de
emprego e renda que nos custaram cerca de US$ 40 bilhões.
Somente nos
primeiros 7 meses desse ano, criamos aproximadamente 1 milhão e 800 mil novos
empregos. Lembro ainda que o nosso crescimento para 2021 está estimado em 5%.
Até o
momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e
mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o
que representa quase 90% da população adulta. 80% da população indígena também
já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no
Brasil, serão atendidos.
Apoiamos a
vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte
sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina.
Desde o
início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento
precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina.
Eu mesmo
fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente
na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label.
Não
entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se
colocaram contra o tratamento inicial.
A história
e a ciência saberão responsabilizar a todos.
No último 7
de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma
pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história,
mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio
ao nosso governo.
Como
demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores
desempenhos entre os emergentes.
Meu governo
recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores
destinos para investimentos.
É aqui,
nesta Assembleia Geral, que, vislumbramos um mundo de mais liberdade,
democracia, prosperidade e paz.
Deus
abençoe a todos.
Fonte:
Agência Brasil e Planalto
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