“Com a
atividade física, a gente vai sair do sedentarismo e reduzir a obesidade, além
de controlar a pressão arterial, o colesterol e o açúcar. Ou seja, evitar a
hipertensão, o colesterol elevado e o diabetes. Essas são as principais
recomendações em relação à prevenção das doenças cardiovasculares. Controlando
isso, a gente vai evitar essas doenças”, afirmou o cardiologista.
O diretor da Socerj lembrou que além dos meios digitais, a
comunicação abrange também a relação entre o paciente e seus familiares, o que
ficou muito distante ao longo da pandemia de covid-19, gerando muitas doenças
psicológicas, ansiedade e, com isso, o agravamento das doenças
cardiovasculares. O Dia Mundial do Coração foi criado em 2000 pela WHF para
ressaltar a importância do cuidado com o coração, um dos órgãos mais
importantes do corpo humano.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as
doenças cardiovasculares responderam por 32% de todas as mortes globais
ocorridas em 2019, totalizando 17,9 milhões de pessoas, sendo 85% delas de
infarto ou derrame. Dados do Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC), mostram que de janeiro deste ano até as 16h07 de ontem (28),
o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil alcançava 299.304
pessoas.
Melhor caminho
A SBC mostra ainda que, no Brasil, cerca de 14 milhões de
pessoas têm alguma doença cardiovascular e pelo menos 400 mil morrem anualmente
em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes
no país. O cardiologista Esmeralci Ferreira, do setor de hemodinâmica do
Hospital Pan-Americano, lembrou que “é muito mais fácil cuidar da saúde do que
da doença. Sendo assim, a prevenção de fatores de risco é o melhor caminho para
evitar doenças cardiovasculares”.
O especialista citou também outro problema comum na
atualidade, que são os altos níveis de estresse. Eles podem estimular problemas
cardíacos, porque a aceleração dos batimentos é capaz de aumentar a pressão
arterial. A pressão alta, por sua vez, tem impacto no coração, acarretando
maior risco de infarto e AVC. “Às vezes, pequenas medidas, como realizar
refeições tranquilas, sem estresse e sem fazer uso de celulares e televisões,
podem ajudar a preservar a saúde do coração. Coma com prazer e qualidade. Isso
faz diferença, inclusive no alívio do estresse”, sugeriu o cardiologista.
Covid-19
Outro tema em destaque no Dia Mundial do Coração é a covid-19
e seus efeitos na saúde do coração. O coordenador da Unidade Coronariana da
Casa de Saúde São José (Rede Santa Catarina), Gustavo Gouvêa, chamou atenção
para os cuidados com o coração e os riscos na pandemia.
Gouvêa orientou que os pacientes com covid-19 que tenham
sintomas de doenças cardiovasculares, como dor no peito, palpitações e
desmaios, devem procurar uma emergência ou um cardiologista para fazer exames
específicos, entre eles eletrocardiograma, ecocardiograma e dosagem de enzimas.
Alertou que depois da fase aguda da doença, é preciso seguir com o
acompanhamento médico para verificar se a inflamação foi revertida e se houve
alguma sequela.
O diretor de Comunicação da Socerj, Bruno Bandeira, observou
que a miocardite não deve ser motivo de não vacinação. “A pessoa deve se
vacinar”.
Pós-covid
Gustavo Gouvêa informou que 85% dos casos dos pacientes com
covid-19 são leves, de pessoas tratadas em casa e sem gravidade. Para esse
grupo, após o período de 10 a 14 dias, é possível retomar a rotina, inclusive
as atividades físicas. Para os 15% que tiveram um quadro clínico mais grave,
com hospitalização, é preciso fazer uma avaliação clínica ou cardiológica para
garantir que não há nenhuma sequela, especialmente para retomar exercícios
físicos.
Crianças
Números da Federação Mundial do Coração mostram a existência
de 155 milhões de crianças obesas e acima do peso no planeta. A estimativa é
que elas têm 80% a mais de chance de ter sobrepeso quando adultas e, em
consequência, maior risco de enfermidades cardíacas e acidentes vasculares
cerebrais (AVC). Crianças e jovens com sobrepeso têm três a cinco vezes mais
chances de sofrer um infarto ou AVC antes de chegarem aos 65 anos de idade,
além de grande risco de desenvolver diabetes.
A nutricionista Fabiana Peleteiro advertiu que “o sobrepeso
na infância acaba gerando um acúmulo maior de gordura nas artérias ao longo dos
anos, o que aumenta as chances de infarto e AVC”. Por isso, afirmou que a
prevenção primária das doenças cardiovasculares deve começar na infância e
estar relacionada diretamente à mudança de hábitos alimentares e de estilo de
vida.
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