A indústria brasileira do aço conseguiu retomar a sua
capacidade parada e a produção voltou ao patamar pré-pandemia. De acordo com o
presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e Vice-Presidente da Gerdau Aços
Brasil, Argentina e Uruguai, Marcos Faraco, no auge da pandemia a indústria
operou com apenas 40% da sua capacidade, mas diante de medidas governamentais e
dos cenários micro e macroeconômicos, o setor conseguiu se recuperar.
Faraco abordou a drástica redução das exportações do setor do
aço brasileiro que ocorreu na pandemia, para atender o mercado interno, além da
evolução do preço das commodities em todo o mundo, em um nível que não era
registrado desde 2000.
Segundo ele, a expectativa para 2021 é de que o setor tenha
um crescimento em torno de 14% na produção de aço bruto, em relação a 2020. Nas
vendas internas, a projeção é de alta de 19% e de 24% no consumo aparente:
Aço Brasil
2021
Junto com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas,
o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil participou da abertura
do Congresso Aço Brasil 2021, que reuniu nesta quarta-feira, autoridades,
empresários e especialistas, de forma virtual, para debater as perspectivas e a
importância do setor do aço para a economia brasileira.
O ministro destacou, em sua apresentação virtual, que o
Brasil, assim como outros países, atravessou a pandemia da covid-19 que
provocou a maior recessão global desde a Segunda Guerra Mundial, mas a economia
tem mostrado “uma fortaleza muito grande e grande resiliência”. Para isso,
segundo Tarcísio de Freitas, o país tem contado com a indústria do aço,
produto, que na visão dele, é um indicador antecedente da economia.
“Indústria que de janeiro a agosto, deste ano, produziu em
termos de aço bruto mais de 24 milhões de toneladas, com crescimento de 20,9%
em relação aos primeiros oito meses do ano passado. Temos visto crescimento nas
vendas internas e no consumo aparente de produtos siderúrgicos. Aço é um
indicador de antecedência. Significa que na esteira desse crescimento do
consumo de aço, verificaremos também o crescimento do nosso produto interno bruto”,
observou.
Tarcísio de Freitas afirmou que a indústria do aço tem
produzido e atendido à demanda, que atualmente já está em patamares maiores do
que os anteriores à pandemia. E é, a partir disso, que o governo busca expandir
a infraestrutura com investimentos do setor privado. “A nossa missão no
Ministério de Infraestrutura é fazer com que mais aço seja demandado e mais aço
seja produzido. Nós vamos fazer isso mediante os investimentos em
infraestrutura”, disse, acrescentando que o governo de Jair Bolsonaro é o que
mais leiloou aeroportos para a iniciativa privada (34), mais realizou certames
de arrendamentos portuários (29), mais assinou contratos de adesão para
terminais privados (99), além dos leilões de ferrovias e de rodovias.
“Estamos buscando o investimento em infraestrutura pela via
do capital privado. É a forma da gente fazer a provisão da infraestrutura em um
cenário de extrema restrição fiscal. Já foram 74 leilões de ativos realizados
com sucesso e mais de R$ 80 bilhões de investimentos contratados e a jornada
não para por aí. Vamos iniciar agora uma nova jornada de leilões, incluindo o
leilão da Rodovia Presidente Dutra, a ligação do Rio de Janeiro com São Paulo,
incluindo mais 16 aeroportos com Congonhas e o Santos Dumont”, completou.
Tarcísio de Freitas afirmou que o Brasil caminha “a passos
largos” para que no final de 2022 alcançar mais de R$ 300 bilhões contratados
com a iniciativa privada, que vão tomar corpo nos próximos anos. “Lá para 2024,
2025 e 2026, quando os investimentos contratados com o setor privado estiverem
se materializando, o Brasil vai se transformar realmente em um grande canteiro
de obras e isso é geração de emprego na veia, isso é consumo de aço. Isso é
desenvolvimento”, concluiu.
Pandemia
Ainda no encontro, o presidente-executivo do Instituto Aço
Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que a expectativa do setor indicava
que 2020 seria o ano da recuperação. “Começamos o ano operando com 63% da nossa
capacidade instalada, veio a pandemia, com a pandemia veio o isolamento social
necessário e importante, mas junto com o isolamento social veio uma gravíssima
crise de demanda que na nossa percepção não foi divulgada e nem analisada com
profundidade”, disse.
De acordo com Marco Polo, o setor do aço tem um parque
produtor com 31 usinas e capacidade instalada de 51 milhões de toneladas/ano de
aço bruto. Os investimentos entre 2008 e 2020 foram equivalentes a US$ 28,2
bilhões. A previsão para o período 2021 a 2025 é de mais US$ 8 bilhões e uma
produção de aço bruto de 31,4 milhões de toneladas.
O Brasil é o nono maior produtor de aço no mundo e está muito
próximo da posição da Alemanha. A construção civil, o setor de bens de capital
e o automotivo representam são os segmentos que mais consomem o produto no
Brasil. No total atingem 82,1%.
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