Vídeo - Ministro da Saúde destaca eventos adversos em adolescentes vacinados - Queiroga explica revisão de recomendação sobre vacinas de covid-19
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que uma série de
motivos pesaram para que a pasta resolvesse revisar a recomendação e suspendera vacinação de adolescentes sem comorbidades.
Segundo Queiroga, foram identificados 1,5 mil eventos
adversos em adolescentes imunizados. Todos eles foram de grau leve. Foi
notificado um caso de morte de um jovem em São Paulo, mas o episódio ainda está
sendo investigado para avaliar se a causa foi o imunizante.
O ministro reclamou que, a despeito da orientação anterior
para que a imunização deste público tivesse início ontem (15), já foram
vacinados 3,5 milhões de adolescentes por autoridades locais de saúde.
Ele acrescentou que houve diversos casos de prefeituras que
aplicaram vacinas não autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). A agência só permitiu o uso da Pfizer/BioNTech para adolescentes de
12 a 17 anos. Nos registros do Ministério da Saúde, entretanto, dados enviados
pelos estados mostram este público sendo imunizado com outras vacinas.
“Em relação aos subgrupos, as evidências estão sendo
construídas. O NHS [SUS do Reino Unido] restringiu a vacinação nos adolescentes
sem comorbidades. Aqueles que já tinham sido imunizados com 1ª dose se
recomendou parar por ali”, disse Queiroga.
A secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19,
Rosana Leite, mencionou também orientação da Organização Mundial de Saúde sobre
o assunto.
“A OMS não recomenda, mas sugere que pode se pensar [na
vacinação de adolescentes] a partir do momento que tenha vacinado toda a
população, principalmente as mais vulneráveis, com duas doses”, disse.
Perguntados se a suspensão da vacinação teria relação com a
falta de vacinas, os representantes do ministério descartaram essa hipótese e
afirmaram que não há problema de abastecimento de doses no país. “Não falta
vacina. Será que elas foram utilizadas de forma inadvertida? Provavelmente”,
sugeriu a secretária Rosana Leite.
Sem segunda
dose
Diante da suspensão, os adolescentes sem comorbidades que
receberam a primeira dose não devem ter a aplicação da segunda dose. A
orientação de interromper a imunização vale também para aqueles com
comorbidades que tomaram a primeira dose da AstraZeneca ou CoronaVac.
Apenas os adolescentes com comorbidades imunizados com a
Pfizer/BioNTech na primeira dose podem seguir com o processo de imunização e
completar o ciclo vacinal, procurando os postos para receber a segunda dose.
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