Estimativa de safra em setembro cai para 250,9 milhões de toneladas - Queda de 1,3% é a sexta seguida no ano
A estimativa de setembro para a safra brasileira de cereais,
leguminosas e oleaginosas este ano deve alcançar 250,9 milhões de toneladas. É
o que apontam os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA),
divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, é o sexto mês seguido de queda na estimativa mensal,
com o resultado ficando 1,3% abaixo do que a produção de 2020, que atingiu o
recorde de 254,1 milhões de toneladas.
De acordo com o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, a queda
na produção de grãos ocorreu devido à falta de chuvas, que prejudicou as
lavouras do milho e da soja, principalmente.
“O país
vive uma crise hídrica. A quantidade de chuvas está muito abaixo do que
normalmente é esperado. A soja, por ter sido plantada e colhida com atraso,
diminuiu a janela de plantio da segunda safra do milho, que vem logo depois da
colheita dela. Por isso ficou mais dependente de boas condições climáticas e,
como as chuvas não vieram, houve redução na produção dessa safra”, explicou
Barradas.
O milho deve totalizar 86,3 milhões de toneladas, uma redução
de 16,4% em relação à produção do ano passado. A estimativa para a segunda
safra, que representa 70,2% da produção total do milho, é de queda de 21%. Na
comparação com a estimativa de agosto, o declínio é de 2%, com quedas de 3,5%
em Goiás; de 6,7% no Paraná; de 10,1% em Minas Gerais, e São Paulo deve
produzir 24,1% menos milho do que no ano passado.
A estimativa de produção da soja segue em crescimento, com
previsão para uma colheita recorde de 134,0 milhões de toneladas. O aumento é
de 0,2% frente à previsão anterior e de 10,3% na comparação com a produção do
ano passado.
O resultado positivo foi impulsionado pela recuperação no Rio
Grande do Sul, que apresentou crescimento de 80,8% em relação ao ano anterior,
quando as lavouras do estado foram muito prejudicadas pela estiagem. Tiveram
aumento na estimativa de setembro para a produção de soja, na comparação com
agosto, Mato Grosso (0,9%) e o Rio Grande
do Sul (0,1%).
Os três principais grãos produzidos no país são o milho, o
arroz e a soja, que representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por
87,7% da área a ser colhida.
Outros
grãos
O café é afetado pela bianualidade negativa e a produção deve
chegar a 2,9 milhões de toneladas, sendo 935 mil toneladas de café canefhora e
1,9 milhão de toneladas de café arábica. A queda é de 3,1% em relação à
estimativa de agosto e de 31,8% em relação à safra recorde de 2020.
A produção do trigo tem previsão de crescimento no total
colhido na comparação com o ano passado, mesmo com a queda de 0,6% em relação à
estimativa de agosto. Segundo Barradas, a produção da commodity foi beneficiada
pelo clima e deve chegar à produção de 8,1 milhões de toneladas, aumento de
31,0% frente a 2020.
“Essa é uma
produção muito boa. O trigo está agora em campo e o clima tem ajudado. O Paraná
e o Rio Grande do Sul são os principais estados produtores do trigo e tem
chovido por lá”, disse Barradas.
As lavouras de feijão foram prejudicadas pelo clima seco.
Apesar da estimativa ter crescido 1,9% no mês, principalmente na terceira safra
(6%), no ano a previsão é de queda na produção de 5,6%. A estimativa de safra
para o algodão herbáceo é de 5,8 milhões de toneladas, uma queda de 1% na
comparação com a estimativa de agosto e de 17,5% em relação ao produzido em
2020.
A produção de cana-de-açúcar está com estimativa de queda de
7,3%, para 628,5 milhões de toneladas. Segundo Barradas, a lavoura também foi
prejudicada pela estiagem. “A maior parte da produção da cana-de-açúcar não tem
irrigação. Então é uma cultura que sente muito a falta de água e por isso foi
bastante afetada pelo clima”.
São Paulo é o maior estado produtor de cana-de-açúcar no país
e deve responder por 49,9% do total, com 313,6 milhões de toneladas. Segundo o
levantamento do IBGE, o Paraná reduziu a estimativa da cana em 1,7% em
setembro, enquanto na Região Nordeste houve aumento de 1,4% na comparação com
agosto e de 3,1% frente ao ano anterior, com 724,9 mil toneladas a mais.
Outra colheita prejudicada pelo clima seco foi a de laranja,
cuja produção total do país deve ficar 13,8% menor do que a do ano passado, com
13,6 milhões de toneladas. Só em São Paulo, que responde por 70,7% da produção
nacional da laranja, a queda deve ser de 18,9%. Com isso, a estimativa é de que
o país produza 332,7 milhões de caixas de 40,8 kg, queda de 7,2% em relação ao
previsto em agosto.
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