O Estado de São Paulo possui as menores taxas de mortalidade
entre crianças e adolescentes, segundo o relatório Panorama da violência letal
e sexual contra crianças e adolescentes publicado pela Unicef, em parceria com
o Fórum Brasileiro de Segurança, nesta sexta-feira (22). O estudo avaliou
boletins de ocorrência dos últimos cinco anos com o objetivo de obter
microdados a respeito desse indicador criminal.
De acordo com o relatório final, São Paulo registrou os
menores índices em 2016, 2017, 2019 e 2020. Os índices foram 6,89, 9,49, 4,49 e
4,90, respectivamente. Em 2018, a taxa paulista foi a segunda menor do país
(8,01).
Os números apresentados pelo Panorama confirmam tendência
verificada pelos dados divulgados mensalmente pela SSP entre 2015 e 2020. Os
indicadores de segurança da SSP apontaram queda de 32% no número de homicídios
de crianças e adolescentes no período.
As taxas de mortalidade para cada grupo de 100 mil habitantes também mantiveram quedas consistentes nos últimos anos. Entre crianças até 14 anos, o índice era de 0,06 em 2016, subiu para 0,09 em 2017 e 2018 e voltou a cair nos dois anos seguintes: 0,05 em 2019 e 0,02 em 2020. Entre os jovens de 15 a 19 anos, a taxa foi de 7,26 em 2016, chegou a 8,33 no ano seguinte, e acumulou baixas em 2018 (6,68), 2019 (4,54) e 2020 (4,28).
No comparativo anual, as ocorrências de homicídio contra o
público até 19 anos tiveram acréscimo de 5% de 2015 para 2016 e repetidas
quedas desde então. De 2016 para 2017 a redução foi de 6%; entre 2017 e 2018 a
quantidade foi 11% menor; de 2018 para 2019 foram notificados 19% de boletins a
menos; e entre 2019 para 2020 o índice encolheu outros 7%.
“Os números mostram resultados efetivos conquistados pelo
Estado de São Paulo no combate à violência contra jovens. Estamos trabalhando
muito na modernização das estruturas policiais e em programas com outras
secretarias, como a Educação, para reverter esse quadro. Felizmente estamos
colhendo bons resultados e poupando vidas. Mas vamos continuar perseguindo
metas ainda melhores para garantir a segurança de todos”, analisa o General
João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública de São Paulo.
MDIP
As ocorrências de morte por intervenção policial envolvendo
crianças e adolescentes caíram quase pela metade entre 2015 e 2020. No primeiro
ano analisado foram registrados 253 casos de MDIP (Mortes Decorrentes de
Intervenção Policial), contra 130 no último. A redução foi de 49%. O pior
índice foi registrado em 2017, com 273 casos. Considerando somente o período
entre 2017 e 2020, o declínio é de 51%.
No comparativo ano a ano, o índice apresentou leve queda de
2015 a 2016 (-4%); cresceu entre 2016 e 2017 (12%); voltou a cair
significativamente entre 2017 e 2018 (-22%); atingiu o maior declínio do
período entre 2018 e 2019 (-35%); e contabilizou novo decréscimo entre 2019 e
2020 (-7%).
“A redução das MDIPs é tratada com extrema seriedade pelas
forças de segurança paulistas. Nos últimos anos investimos grande volume de
recursos em equipamentos e tecnologia, revisamos procedimentos e agregamos
novos formatos de policiamento visando aumentar a segurança de policiais e
população. Também estamos permanentemente em contato com outras instituições
públicas e organizações da sociedade civil para debater o tema e encontrar os
melhores caminhos possíveis. Nosso compromisso é com a segurança e nossa missão
é salvar vidas”, reforça o secretário.
Estado mais
seguro
O Atlas da Violência 2021, publicado no final de agosto pelo
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP), já havia apontado São Paulo como o estado mais seguro
para se viver no país. O documento revelou que São Paulo possui as menores
taxas de homicídios entre todas as unidades da federação, bem abaixo da média
nacional. Enquanto a taxa de homicídios no Brasil, em 2019, ficou em 21,7
mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o indicador anual paulista fechou
em 7,3.
No cenário de violência contra a juventude, grupo
populacional apontado pelo relatório como o de maior risco em todo o planeta,
os números de São Paulo são ainda mais expressivos, em comparação com a média
nacional. A taxa brasileira ficou em 45,8 para cada 100 mil habitantes,
enquanto que a paulista foi de 12,5.
Na avaliação dos indicadores de violência contra a mulher,
São Paulo fechou 2019 com taxa de 1,7 morte para cada grupo de 100 mil
habitantes, a metade da média nacional, que foi de 3,5. O estado paulista, que
historicamente é pioneiro no desenvolvimento e na implantação de políticas
públicas em defesa da mulher, permanece com os menores índices de violência
contra a mulher do Brasil.
Nas proporções por raça/cor, os resultados apurados pelo
Atlas foram semelhantes. São Paulo tem a menor taxa de homicídios de negros do
Brasil, que também é significativamente menor do que a média nacional. A taxa
paulista foi de 9,1 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto que
a média nacional ficou em 29,2.
Outros fenômenos avaliados pelo Atlas da Violência 2021
confirmam o pioneirismo de São Paulo no desenvolvimento de políticas públicas
de segurança: a violência contra a população LGBTQI+ e contra pessoas com
deficiência. Além de já possuir protocolos de atendimento específico para esse
grupo populacional em todas as delegacias do estado e uma rede de DDMs
(Delegacia de Defesa da Mulher), São Paulo lançou novos serviços em agosto de
2021 para aprimorar o acesso das pessoas aos serviços de segurança.
No dia 26 de agosto deste ano, o governador João Doria lançou
a Delegacia da Diversidade Online para ampliar o combate à intolerância e
também determinou que as Divisões Especializadas de Investigações Criminais
(Deics) do Interior passem a investigar crimes relacionados à raça, cor, etnia,
religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero.
Em 9 de agosto, o governador assinou decreto que autoriza a
implantação de Centros de Apoio Técnico (CAT) em unidades da Polícia Civil para
aprimorar o atendimento especializado de pessoas com deficiência vítimas de
violência. O programa deverá ser desenvolvido com base nas estatísticas
criminais e será desenvolvido em parceria da SSP com a Secretaria dos Direitos
da Pessoa com Deficiência.
http://www.ssp.sp.gov.br/LeNoticia.aspx?ID=5285
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