Custo de vida em São Paulo tem maior alta desde 2015, diz Fecomercio - Aumento foi maior para pessoas mais pobres
O custo de vida teve alta de 10% em 2021, na Região
Metropolitana de São Paulo, segundo estudo feito pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fercomercio-SP). A elevação
foi a maior, de acordo com a entidade, desde 2015, quando o índice registrou
uma alta de 11,56% no custo de vida ao longo daquele ano.
O aumento do custo de vida foi maior para as pessoas mais
pobres. Para a classe E, a elevação chegou a 11,38%. Na classe A, a alta ficou
em 9%.
Segundo a Fercomercio-SP, o aumento internacional dos preços
do petróleo provocou alta de preços em cadeia. Os custos com transportes
subiram 20,6%, com elevação de 63,7% dos preços do etanol, 42,8% da gasolina e
41,4% do óleo diesel.
A alta da energia também influenciou os custos de habitação,
com aumento de 38% no preço do botijão de gás em 2021 e de 23,2% no gás encanado.
A energia elétrica residencial aumentou 25,8%, segundo a Fecomercio, devido a
estiagem que atingiu o Brasil no ano passado e levou ao acionamento das usinas
termoelétricas.
Na alimentação também ocorreram altas importantes, com
aumento de 10% no preço das carnes, de 13,2% na farinha de trigo e 10,2% no
leite e derivados.
Em dezembro, a alta do custo de vida ficou em 0,78%. Um
percentual ainda elevado, de acordo com a federação, porém mais baixo do que o
patamar de outubro (1,41%) e novembro (1,01%). No mês, a maior elevação foi
registrada no segmento dos alimentos e bebidas. Subiram os preços do café
(9,8%), do mamão (28,7%) e do contrafilé (5,1%).
Na avaliação da Fercomercio, a inflação está perdendo força
e, em 2022, o custo de vida ainda deve ser elevado, porém, em um patamar mais
baixo do que em 2021. “Uma vez que os impactos mais relevantes da pandemia nos
preços já foram absorvidos ao longo dos últimos dois anos”.
Apesar da perspectiva de melhora do cenário econômico, a
entidade chama atenção para a necessidade de redução do atual nível de
desemprego. “É importante lembrar que o Brasil ainda convive com 13 milhões de
desempregados. Por isso, qualquer avanço de preços, sem grandes oportunidades
no mercado de trabalho, terá um efeito socioeconômico danoso para as famílias,
que, em grande parte, não conseguem recompor as perdas causadas pela
inflação.”, destacou a Fecomercio.
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