O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) é um dos
alvos de uma operação da Polícia Civil de São Paulo na manhã desta quarta-feira
(5). A operação investiga supostos desvios na área da saúde.
Procurado, França disse que "começaram as eleições
2022". "Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações,
que determinadas 'autoridades', com 'medo de perder as eleições', tenham
produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa". (veja nota
completa abaixo).
Os policiais cumprem 34 mandados de busca e apreensão nas
regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas, capital paulista e
Presidente Prudente. Entre eles estão endereços ligados ao ex-governador em São
Vicente, na Baixada Santista, e na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. O
irmão de França, Cláudio França, também é um dos alvos.
A Polícia Civil, o Ministério Público e a Corregedoria Geral
da Administração realizam esta operação, que é mais uma etapa da operação
Raio-X, que apura crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de
dinheiro.
Segundo a apuração realizada pela Polícia Civil e pela
Controladoria Geral do Estado, membros de uma organização criminosa desviaram
dos cofres públicos aproximadamente R$ 500 milhões, valores estes que tinham
por destino a utilização em aparelhos públicos prestadores de serviços de
saúde.
O Psbista é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo
em 2022. Em 2020, França concorreu à Prefeitura de São Paulo.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), "as
investigações tramitam sob segredo de Justiça e mais detalhes serão preservados
para garantir a autonomia do trabalho policial".
Investigação
Segundo o relatório da investigação, contratos de gestão
firmados durante o governo Márcio França teriam beneficiado uma organização
criminosa investigada, chefiada por Cleudson Garcia Montali. Ele é anestesista
e responsável por quatro Organizações Sociais (OS) que foram investigadas por
desviar dinheiro dos hospitais.
De acordo com a apuração, França teria recebido doações
financeiras de Cleudson para a campanha eleitoral em que Márcio França
concorria ao governo de São Paulo. "Verificou-se, ainda, que a organização
criminosa também financiaria a campanha eleitoral de Márcio França à prefeitura
de São Paulo no ano de 2020, fatos estes que demonstram possível envolvimento
de Márcio França com a organização criminosa", diz o relatório.
Nota de Márcio França:
"Começaram
as eleições 2022. 1ª Operação Política.
Não há
outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas
“autoridades”, com “medo de perder as eleições”, tenham produzido os fatos
ocorridos nesta manhã em minha casa.
Toda operação
policial tem nome!
Essa é uma
operação política e não policial.
Ela é,
evidentemente, de cunho político eleitoral.
Não tenho
ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e
físicas que são alvo da investigação.
É
lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de
abuso de poder político.
Já venho há
tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a
verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de
SP. Se depender de mim, não vão conseguir.
Eu não sou
alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem
vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde.
Tenho 40
anos de vida pública, não respondo a nenhum processo criminal.
Só deixarei
de ser governador de SP se o povo paulista não quiser.
Não tenho
medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas
vezes difamado e injustiçado, nunca condenado.
Aliás, já
enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais
concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar".
Fonte: G1/SP
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