Diretor-executivo e chefe da inteligência da PRF são dispensados seis dias após morte em viatura da corporação
Jean Coelho, diretor-executivo da PRF (Polícia Rodoviária
Federal), e Allan da Mota Rebello, diretor de inteligência da corporação, foram
dispensados das funções nesta terça-feira (31). A portaria está publicada no
Diário Oficial da União.
Em nota, a Casa Civil informou que, embora a dispensa dos
diretores seja assinada por Ciro Nogueira, a decisão partiu do Ministério da
Justiça. O R7 questionou a PRF sobre o motivo da decisão, mas não recebeu
retorno até a última atualização desta reportagem. Os cargos nas diretorias da
corporação estão vagos, e os substitutos ainda não foram indicados.
Os nomes dos servidores já haviam sido designados para a
função de oficial de ligação, em Washington, nos Estados Unidos, pelos próximos
dois anos. As portarias com a decisão foram publicadas em 17 de maio.
Jean e Allan deixam os cargos na cúpula da PRF quase uma
semana depois da morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, durante uma
abordagem policial. Nesta terça, a Câmara dos Deputados pode votar na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) a convocação do ministro da Justiça e
Segurança Pública, Anderson Torres, para esclarecer a morte do home, que sofria
de esquizofrenia.
Caso
Genivaldo
Genivaldo foi abordado em blitz da PRF em Umbaúba (SE) na
última quarta-feira (25), por pilotar uma moto sem capacete. Ele foi colocado à
força no porta-malas da viatura onde os policiais jogaram uma bomba de gás
lacrimogêneo. Um vídeo mostra o momento em que um dos policiais segura a tampa
do porta-malas da viatura e o outro joga, dentro do espaço fechado em que
Genivaldo estava, a bomba de gás.
No vídeo, é possível ouvir os gritos do homem dentro da
viatura. Segundo familiares, Genivaldo sofria de esquizofrenia havia 20 anos,
estava afastado do trabalho e fazia tratamento com remédios controlados.
Após a repercussão do caso, a Polícia Rodoviária Federal
afirmou que as técnicas que foram utilizadas são de imobilização com materiais
de potencial inofensivo. Na ocasião, Torres declarou que determinou à Polícia
Federal e à PRF a “abertura de investigações sobre a abordagem”. “Nosso
objetivo é esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer.”
*Com informações: R7
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