Vacinação contra sarampo está abaixo da meta, diz Ministério da Saúde - Em 2022, menos de 50% do público infantil foi imunizado até agora
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o
sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o
imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção
contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra
a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é
oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A
primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de
2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi
baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina
tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da
doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela
Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a
registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional.
O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e
40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças
menores de 5 anos.
Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma
nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A
Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e
grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas
desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas,
as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das
gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo
afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas
ou algum problema de imunidade.
Ministério
da Saúde
À Agência Brasil, o Ministério da Saúde disse, por meio de
nota, que por intermédio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), vem
desenvolvendo e intensificando estratégias necessárias para enfrentamento dos
desafios e reversão das baixas coberturas vacinais, em parceria com estados e
municípios.
“O Ministério da Saúde incentiva a população a se vacinar
contra as doenças imunopreveníveis, e esclarece o benefício e segurança das
vacinas, por meio dos seus canais oficiais de comunicação”, diz a pasta. Os
dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
OMS e
Unicef
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram
que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o
mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas
vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial
e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a
maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a
vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o
esquema vacinal atrasado. *Agência Brasil
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