Varíola dos macacos: Ministro diz que Brasil está preparado e tem estrutura para diagnóstico da doença
Ministro da Saúde Marcelo Queiroga - Agência Brasil |
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o
Brasil “fez o dever de casa” diante do surto de varíola dos macacos desde o
início da epidemia. Durante a abertura de um workshop sobre vigilância em saúde
promovido pelo ministério, Queiroga disse que o Brasil se preparou para lidar
com o vírus, providenciando laboratórios para diagnóstico, identificação dos
casos e isolamento dos pacientes.
“Nós aqui no Brasil já vínhamos fazendo nosso dever de casa
desde o primeiro rumor, desde o primeiro caso suspeito. Preparamos nossa
estrutura para fazer o diagnóstico. Temos quatro laboratórios hoje no Brasil
com capacidade para isso”, disse Queiroga.
Os laboratórios prontos para o diagnóstico da doença, segundo
o ministro, estão no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo; na Fundação Ezequiel
Dias (Funed), em Minas Gerais; na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro; e
no laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Desde o início começamos a fazer o diagnóstico e o acesso ao
diagnóstico está disponível. Fizemos alertas para as secretarias estaduais de
saúde e para as secretarias municipais. Os casos são identificados, são
isolados”, acrescentou o ministro.
Queiroga lembrou da decisão do diretor-geral da OMS, Tedros
Adhanon Ghebreyesus, que declarou que a varíola dos macacos configura
emergência de saúde pública internacional, e citou a ocorrência maior do vírus
em homossexuais do sexo masculino. “E essa fala não é para estigmatizar
ninguém. Apenas não se pode obscurecer que essa é uma realidade, mas outros
públicos podem também ter essa doença. Enfim, vamos também aprender juntos como
lidar com esse problema sanitário”.
O Brasil tem 696 casos confirmados até o momento. Destes, 506
são procedentes do estado de São Paulo, 102 do Rio de Janeiro, 33 de Minas
Gerais, 13 do Distrito Federal, 11 do Paraná, 14 do Goiás, três na Bahia, dois
do Ceará, três do Rio Grande do Sul, dois do Rio Grande do Norte, dois do
Espírito Santo, três de Pernambuco, um de Mato Grosso do Sul e um de Santa
Catarina.
Doença
A varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida
pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato
pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções
respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos
(roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo
infectado.
Não há tratamento específico, mas, de forma geral, os quadros
clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões. O maior risco de
agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS,
leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes,
gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
Sintomas
O paciente pode ter febre, dor no corpo e apresentar manchas,
pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para
vesículas [bolha contendo líquido no interior] até formar pústulas [bolinhas
com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco].
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