Mutirão nacional de negociação de dívidas começa hoje - BC, Procon e vários órgãos promovem ação conjunta
Ao longo de todo este mês, pessoas endividadas terão a
oportunidade de limpar o nome. De hoje (1º) até o dia 30, ocorre o segundo
mutirão nacional de negociação de dívidas e orientação financeira deste ano.
Ação conjunta do Banco Central (BC), da Federação Brasileira
de Bancos (Febraban), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e dos
Procons de todo o país, o mutirão oferece oportunidade de renegociação de
dívidas com desconto e parcelamentos que caibam no bolso.
Podem participar do mutirão pessoas físicas com débitos em
atraso com bancos e demais tipos de instituições financeiras, desde que a
dívida não esteja atrelada a bens dados em garantia. As negociações podem ser
pedidas por meio da plataforma Consumidor.gov.br ou pelos canais diretos das instituições
participantes, disponíveis na página do mutirão.
No site do mutirão, o interessado também terá acesso ao link
do Registrato, sistema do Banco Central que informa todos os relacionamentos do
cidadão com o sistema financeiro. A página permite a consultas sobre
informações de dívidas com bancos e órgãos públicos, cheques devolvidos,
contas, chaves Pix e operações de câmbio. A página da ação conjunta também dará
acesso à plataforma de educação financeira Meu Bolso em Dia, da Febraban.
Campanha
Neste ano, o mutirão alertará os cidadãos sobre o
superendividamento e a possibilidade de pedir renegociação, conforme previsto
na Lei 14.181/21 . Pela lei, os cidadãos superendividados têm direito a
renegociar o valor global do débito, simultaneamente com todos os credores.
Segundo o BC, isso permite acordos mais vantajosos do que negociar uma dívida
com cada banco.
O BC orienta as pessoas com suspeita de superendividamento a
não renegociar os débitos pelo mutirão. Segundo o órgão, as pessoas devem
buscar ajuda especializada nos órgãos de proteção e defesa do consumidor, cujos
links estão disponíveis na página da ação conjunta.
No último mutirão, realizado em março, foram negociados 1,7
milhão de contratos em atraso durante 25 dias. De acordo com o BC, o
endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou
52,9% da renda familiar disponível em agosto. Definido como o valor atual da
dívida e os rendimentos em 12 meses, o indicador caiu 0,4 ponto percentual em
relação ao mês anterior, mas subiu 3,5 pontos no acumulado em 12 meses.
O comprometimento de renda, que equivale às parcelas mensais
divididas pela renda mensal da família, atingiu 29,4% em agosto, no maior nível
desde o início da série, em 2005. O indicador subiu 0,8 ponto percentual na
comparação com julho e de 3,9 pontos em 12 meses.
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