AGU e PGR pedem providências contra atos convocados para esta quarta-feira (11), às 18h, em todas as capitais do país – Convocação feita em redes sociais diz ter como objetivo a “retomada do poder no país”
Agência Brasil |
A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da
República ingressaram com pedidos no Supremo Tribunal Federal (STF) para que
sejam impostas medidas de segurança que protejam prédios públicos e impeçam o
bloqueio de vias urbanas e rodovias. As medidas foram solicitadas diante do
conhecimento de manifestações golpistas marcadas para hoje (11) por grupos
extremistas.
Os pedidos são assinados pelo advogado-geral da União, Jorge
Messias, e pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos,
coordenador da Câmara Criminal do Ministério Público Federal. Ambos anexaram
panfletos e mensagens que dão conta de uma “mega manifestação” de apoiadores do
ex-presidente Jair Bolsonaro convocada para esta quarta-feira (11), às 18h, em
todas as capitais do país, com o objetivo declarado de “retomada do poder no
país”.
A convocação circula também em grupos no aplicativo de
mensagens Telegram. Na petição, a AGU anexou o nome de pessoas e grupos
identificados espalhando a convocação golpista. O órgão alertou que o país
“encontra-se na iminência de grave situação”, semelhante à observada no último
domingo (8), quando radicais invadiram e depredaram amplamente o Congresso
Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF),
prédios públicos que ficam na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
“O que se observa da postagem acima é nova tentativa de
ameaça ao Estado Democrático de Direito, o qual deve ser salvaguardado e
protegido, evitando-se para tanto o abuso do direito de reunião, utilizado como
ilegal e inconstitucional invólucro para verdadeiros atos atentatórios ao
Estado Democrático de Direito”, escreveu o advogado-geral da União.
Direito de
manifestação
Jorge Messias enviou o pedido ao ministro do STF Alexandre de
Moraes, que é relator de uma ação de descumprimento de preceito fundamental
(ADPF) a respeito do bloqueio de vias em manifestações de caminhoneiros, aberta
em 2018. O AGU argumentou que o pedido trata do mesmo tema: o abuso do direito
de manifestação.
Ele pediu a restrição temporária do direito de manifestação
para que seja proibido bloquear o trânsito em vias urbanas e rodovias do país e
impedido o acesso de radicais a prédios públicos, sob pena de multa de R$ 20
mil por hora em caso de descumprimento por pessoa física, e de R$ 100 mil no
caso de qualquer pessoa jurídica envolvida.
O AGU pediu também que a notificação dos executivos federal e
estaduais, em especial as forças de Segurança, para que impeçam qualquer
bloqueio do trânsito e invasão de prédios públicos em território nacional. O
órgão solicitou ainda que seja feita a prisão em flagrante de qualquer pessoa
que descumpra a eventual decisão do Supremo.
Contas
golpistas
Outro pedido do órgão foi para que o Telegram seja obrigado a
bloquear as contas e grupos listados pela AGU como propagadores da convocação
golpista.
A Procuradoria-Geral da República também pediu a notificação
das autoridades competentes, bem como que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e
as polícias militares procedam à identificação e ao bloqueio de todos os
veículos que sejam utilizados em atos antidemocráticos.
A PGR pediu ainda o acionamento da Força Nacional e que “os
órgãos de inteligência e da Polícia Federal promovam o levantamento e
acompanhamento das eventuais manifestações, adotando as providências
investigatórias cabíveis”.
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