Mortes após terremoto passam de 5 mil e deve afetar mais de 23 milhões de pessoas na Turquia e na Síria
O terremoto que atingiu Turquia e Síria nas primeiras horas
da segunda-feira, 6, já provocou mais de 5.000 mortes, de acordo com um balanço
atualizado divulgado nesta terça.
Ainda é esperado que o número continue subindo com o avanço
do trabalho das equipes de emergência para busca de sobreviventes soterrados
nos escombros.
Ao menos 3.419 pessoas morreram na Turquia e 1.602 na Síria,
somando as vítimas das regiões controladas pelo governo e também das áreas
dominadas pelos rebeldes, o que eleva o total a 5.021, de acord
o com as
autoridades locais e fontes médicas.
Estima-se neste momento que a Síria tenha pelo menos 3.500 pessoas
feridas e a Turquia, 20.534. “Temos 3.419
vítimas confirmadas e 20.534 feridos no momento. O número de pessoas resgatadas
dos escombros ultrapassou 8.000. Temos um total de 5.775 edifícios destruídos.
Até agora, ocorreram 312 tremores secundários”, afirmou o vice-presidente
turco, Fuat Oktay.
No final desta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde
expressou sua preocupação pela falta de informação de algumas regiões dos dois
países, o que acende o alerta para possível subnotificação de mortos e feridos.
A entidade ainda alertou para a situação dramática da Síria,
já muito prejudicada e fragilizada pela guerra civil que ocorre no país há
anos. A OMS ainda afirmou que o terremoto de magnitude 7,8 pode afetar 23
milhões de pessoas nas duas regiões: “Os
mapas mostram que 23 milhões de pessoas estão expostas, incluindo cinco milhões
de pessoas vulneráveis”, afirmou a diretora da OMS Adelheid Marschang ao
conselho executivo da agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por sua vez, a agência das Nações Unidas para a infância
(Unicef) disse nesta terça que o terremoto e os tremores secundários que
destruíram dezenas de edifícios na Turquia e na Síria podem ter matado milhares
de crianças. “Os terremotos que atingiram
o sul da Turquia e o norte da Síria na manhã de ontem podem ter matado milhares
de crianças”, disse o porta-voz da instituição, James Elder, a repórteres
em uma coletiva em Genebra. Ele acrescentou que a organização ainda não
consegue determinar um número específico de crianças mortas. A OMS destaca, no
entanto, que 1,4 milhão de crianças correm risco nos dois países.
O abalo sísmico levou ao chão milhares de prédios — vídeos
compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que alguns edifícios
desabam.
Pelo fato de os tremores terem acontecido de madrugada, o
número de mortos pode ser ainda maior do que os que foram divulgados, pois, no
horário do terremoto, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas.
O intenso inverno que atinge a região coloca os sobreviventes
em risco, porque eles ficam expostos a temperaturas quase congelantes. Nesta
segunda, por exemplo, os termômetros variaram entre 3ºC e 9ºC, com chuva. A
previsão para a terça é que varie entre -3ºC e 9ºC. Já na Turquia, a segunda
teve máxima de 4ºC e mínima de 1ºC. Mas, na terça, a mínima pode chegar a -1ºC,
com máxima de 4ºC e pancadas de neve.
Líderes mundiais, incluindo o presidente brasileiro, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), se solidarizaram com o ocorrido e mandaram mensagem
de apoio. Vários organismos e países também ofereceram ajuda à Turquia e à
Síria.
O site da Jovem Pan entrou em contato com o Itamaraty para
obter informações sobre os brasileiros que vivem nas regiões. Segundo eles, até
o momento, não há registro de mortos ou feridos. “O governo brasileiro está providenciando
formas de oferecer ajuda humanitária às populações afetadas pelo terremoto. Não
há, até o momento, notícia de brasileiros mortos ou feridos”, disseram no
comunicado.
*Com informações da AFP e da Reuters, via JP
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