Previsão da inflação subiu para 6,03% este ano, diz Boletim Focus - Expectativa é que taxa básica de juros encerre 2023 em 12,5% ao ano
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 1% para 1,02%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (15), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno
Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de
1,38%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e
1,8%, respectivamente.
A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) - considerada a inflação oficial do país - também variou de 6,02%
para 6,03% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,15%. Para
2025 e 2026, as previsões são de 4%, para os dois anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está
acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo
de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em abril, influenciado pelo aumento dos remédios, o IPCA
ficou em 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O resultado é inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o
indicador acumula 4,18%.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como
principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao
ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde
agosto do ano passado, e é o maior desde janeiro de 2017, quando também estava
nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic
encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa
básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de
Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.
O patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo
federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade
é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais
altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle
sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Já a estimativa do mercado para a cotação do dólar está em R$
5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda
americana fique neste mesmo patamar.
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