Operação Escola Segura prendeu 368 pessoas desde abril - MJSP diz que investe em monitoramento de ameaças a escolas
O ataque a uma escola na cidade de Cambé (PR), na segunda-feira (19), que terminou com a morte de dois adolescentes, reacendeu o alerta sobre a violência contra estudantes e profissionais em instituições de ensino brasileiras. Após mais essa tragédia, o Ministério da Justiça eSegurança Pública (MJSP) reafirmou que mantém o monitoramento de ameaças pela internet e que, desde abril, com o início da Operação Escola Segura, já foram presas ou apreendidas 368 pessoas (entre adultos e adolescentes).
O monitoramento ocorre, segundo o MJSP, com apoio do
Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) e pela coordenação-geral de
Inteligência do ministério. O trabalho acontece, de acordo com o governo, com
delegacias de crimes cibernéticos das principais regiões brasileiras.
"Além disso, centenas de profissionais de segurança pública de diversas
agências de inteligência e delegacias de polícia, de forma integrada,
realizaram múltiplas ações relacionadas à temática", garantiu o Ministério
da Justiça, em nota enviada à Agência Brasil.
Investigação
Além das prisões, desde o mês de abril, também houve condução
de 1.595 suspeitos, registro de 3.396 boletins de ocorrência (sendo que 2.830 casos
ainda estão em investigação).
"[Foram] realizadas 901 solicitações de preservação e remoção de
conteúdos em plataformas de redes sociais, e 384 solicitações de dados
cadastrais em plataformas de redes sociais, incluindo a nova rede
catalogada."
Após o ataque da segunda no Paraná, o ministro Flávio Dino
disse que essa modalidade de violência se implantou no Brasil. "Nós vemos
sociedades em que a violência é alvo de apologia. As estatísticas de ataques a
escolas nos EUA mostram que esse não é um exemplo ao nosso país. E o que nós
vimos hoje, em larga medida no Brasil, é exatamente apologia a violência, que
está hoje na palma da mão da nossa juventude, pelos smartphones, tablets e pela
proliferação irresponsável de mensagens de violência de ódio na internet,
derrubando, às vezes, os esforços das famílias”.
Terceiro ataque
O ataque registrado no Colégio Estadual Professora Helena
Kolody, em Cambé (PR), foi a terceira ação de violência com mortes em escolas
brasileiras este ano. Pelo menos seis pessoas morreram em razão de atos
violentos em instituições de ensino brasileiras.
Denúncias
Após o registro de ataques a escolas nos últimos meses, o
serviço Disque 100 passou a receber denúncias de ameaças de ataques a escolas.
As informações podem ser feitas por WhatsApp, pelo número (61) 99611-0100.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública também dispõe de
um canal para receber denúncias de violência escolar. Informações sobre ameaças
de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura. As informações enviadas ao
canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante.
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