Lula quer premiar prefeitos que evitarem queimadas e desmatamento - Presidente defendeu ação conjunta dos entes federados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer premiar os prefeitos que melhor trabalharem para conter o desmatamento ilegal e evitar as queimadas em seus municípios. Nesta quinta-feira (3), em entrevista a rádios de estados amazônicos, Lula defendeu uma ação conjunta entre os entes federados na prevenção de delitos ambientais e disse que não adianta ficar, de Brasília, “brigando contra o desmatamento".
“Se a gente compartilhar as nossas decisões com os prefeitos
das cidades dos estados da Amazônia e esses prefeitos se sentirem motivados a
participar junto com o governo, a gente vai ter muito mais resultado do que se
a gente ficar apenas denunciando”, disse. “Em vez de a gente punir, a gente
premiar aquelas pessoas que fizeram bem para a preservação da nossa fauna, da
nossa floresta, da nossa água, para que as pessoas denunciem as queimadas, o
garimpo ilegal, os madeireiros legais, eu acho que vai dar certo”, acrescentou,
sem detalhar como seria essa premiação.
Nos dias 8 e 9 de agosto, Lula reunirá, em Belém, os presidentes dos oito países amazônicos, na Cúpula da Amazônia, para discutir uma política unificada para a região. Lula explicou que o encontro terá a participação dos governadores dos estados brasileiros, mas que também será organizada uma reunião com as lideranças municipais.
“Nós vamos fazer uma reunião com todos os prefeitos das
cidades amazônicas, vamos discutir com eles uma política de combater tudo que
for ilegal. Vamos colocar a Polícia Federal [PF] com uma base central em
Manaus, para que a gente possa atuar em conjunto com todos os outros estados,
vamos fazer convênio com os países fronteiriços para que a gente possa combater
o crime organizado, o narcotráfico, o garimpo ilegal, os madeireiros ilegais,
ou seja, nós vamos dar um pouco de cidadania a esse povo [que vive na
Amazônia]”, disse.
Segurança na fronteira
Lula disse que o ministro da Justiça e Segurança Pública,
Flávio Dino, propôs a instalação de uma base da PF em Manaus para atuar em todo
território amazônico, em parceria com as Forças Armadas, e em diálogo com as
autoridades dos países fronteiriços. Ele explicou que, após a Cúpula da
Amazônia, equipes de diversas áreas, como Justiça, defesa, meio ambiente e
desenvolvimento social, devem se reunir para definir uma atuação conjunta e
coesa no combate à miséria e às ilegalidades.
“Vamos trabalhar de forma, unida de forma coesa, para que a
gente possa combater o crime organizado, o narcotráfico e para que a gente
possa cuidar do nosso povo que mora na floresta, dos nossos ribeirinhos, dos
nossos indígenas, dos nossos pescadores. Ou seja, nós temos uma obrigação, de ter
consciência que cuidar da Amazônia não é apenas cuidar da floresta, é cuidar do
povo amazônico que precisa viver com muita qualidade de vida, que precisa viver
bem”, disse. “Nós vamos combater porque nós vamos exigir a legalidade e o
respeito ao povo da Amazônia”, completou.
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