As escolas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
(Seduc-SP) têm 3.073 alunos entre 60 e 90 anos de idade. Todos estão
matriculados nas turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e nos Centros
Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja).
Com a proximidade do Dia do Idoso, comemorado em 1º de
outubro, o ex-estudante da rede Rafael de Deus Vieira, ingressante na faculdade
de Direito neste semestre, quer ser inspiração para que esse número cresça no
ano letivo de 2024.
“Na zona leste de São Paulo, há uma escola que tem portas tão
grandes quanto o tamanho da rua, e lá há espaço para todos. Além de acesso aos
estudos e à realização de sonhos, ali as pessoas têm direito a café da manhã,
almoço e jantar” conta Vieira, ao se referir ao Ceeja Clara Mantelli.
Os Ceejas oferecem aulas em formato flexível aos estudantes
adultos. Os matriculados podem ir até a escola quantas vezes for possível
durante a semana para sanar dúvidas com os professores. Ali, eles também devem
realizar presencialmente as avaliações parciais e finais.
A formação no ensino fundamental e médio, como ocorreu com
Rafael de Deus Vieira, é organizada em regime de eliminação de disciplinas,
inclusive com aproveitamento de estudos anteriores, devidamente comprovados.
Por exemplo, um estudante de 70 ou 80 pode estudar todos os
conteúdos de matemática do ensino médio e fazer suas provas eliminatórias,
depois as de língua portuguesa e, assim, sucessivamente.
“Eu precisei abandonar meus estudos aos 16 anos, quando mudei
com minha família para São Paulo e vim sem o histórico escolar. Voltar a
estudar é um sonho, assim como fazer faculdade de direito. Se Deus permitir,
quero abrir uma imobiliária e usar meu aprendizado como advogado depois de
formado para que pessoas não passem por dificuldades que passei ao longo da
vida por não entender sobre legislações e regras imobiliárias”, afirma Vieira,
que é proprietário de uma lavanderia há 49 anos.
Além de realizar seus próprios sonhos, Rafael também decidiu
voltar a estudar para incentivar a filha a seguir o ensino superior. Hoje em
dia, o pai tem bolsa integral em uma universidade de Guarulhos.
“A única coisa que não se perde no tempo é o conhecimento,
este a gente leva para a eternidade. O Ceeja é acessível para qualquer pessoa
que queira finalizar seus estudos, é só começar que a gente se sente estimulado
e não quer parar”, enfatiza o ex-aluno.
Como voltar
a estudar
Em todo o Estado, há 39 Ceejas e eles estão localizados em
várias regiões (veja aqui). Em breve, uma nova unidade será inaugurada na
cidade de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Nos
Ceejas, o aluno pode dar início aos estudos em qualquer época do ano.
Para os 60+ que desejam voltar aos estudos e realizar seus
sonhos, assim como Rafael de Deus Vieira, também é possível se matricular nas
turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para o ano letivo de 2024.
Na EJA, é preciso seguir todas as disciplinas para cada ano
do ensino fundamental e para cada série do ensino médio, e as aulas acontecem
nas unidades da rede, no período noturno. Os anos finais do ensino fundamental
podem ser concluídos em dois anos, e as três séries do ensino médio, em um ano
e meio.
Para se matricular nos Ceejas é preciso ter ao menos 18 anos
e apresentar:
Documento pessoal, como RG, CNH ou Certidão de Nascimento;
Comprovante de endereço (neste caso, pode ser documento de
próprio punho);
Histórico escolar ou comprovante de escolaridade.
No Ceeja, a ausência de algum dos documentos não deve ser
obstáculo para a matrícula. Por exemplo, caso o candidato não possua
comprovante de escolaridade, o Centro deve aplicar avaliações para definir a
classificação do aluno em determinado ano do ensino fundamental ou série do
ensino médio, de acordo com o seu nível de conhecimento.
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