São Paulo Sem Fogo: área total atingida por incêndios florestais diminui 86% - Operação do Governo do Estado ampliou número de municípios participantes em 11%, com 38 cidades a mais do que no ano anterior
Dados do balanço da Operação SP Sem Fogo 2023 indicam que, entre janeiro e outubro deste ano, a área total atingida por incêndios florestais foi de 1.030 hectares, contra 7.181 hectares no comparativo com igual intervalo de 2022, de acordo com o Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas, plataforma da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) que compila informações dos registros de incêndios florestais no Estado de São Paulo.
A redução de 86% é verificada no período que fecha a fase
vermelha da iniciativa (que compreende o período de junho a outubro), na qual
há maior atenção de resposta e intensifica-se a fiscalização. Por isto, foi
comemorada. “É um resultado muito positivo”, comenta o subsecretário de Meio
Ambiente, Jônatas Trindade. “Trata-se de um esforço coletivo, com a
participação dos órgãos envolvidos. A ideia é de manter o aperfeiçoamento ao
longo do tempo, apesar das intempéries do clima, que dificultam o árduo
trabalho, principalmente de quem está na ponta do combate ao incêndio”,
afirmou.
O ano de 2023 também marca o maior número de adesões ao São
Paulo Sem Fogo, na comparação com todos os anos desde que a operação foi
criada, em 2014. São 378 municípios que participam da iniciativa, ou seja, 59%
de todos no Estado de São Paulo – em 2022, o número era de 340, o que significa
um aumento de 11%. Neste último ciclo, a pasta investiu R$ 3,5 milhões na
compra de 100 motobombas e tanques rígidos para equipar municípios conveniados.
A operação é uma parceria entre Semil, por meio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), Segurança Pública (SSP) e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta também com ações e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Cetesb, DER, Fundação Florestal (FF), Secretaria de Saúde (SES-SP) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).
Segundo o monitoramento do satélite Aqua m-t, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os 1.546 focos de incêndios florestais
identificados até outubro de 2023 mantiveram o patamar de excelência verificado
em 2022, quando foram registrados 1.516. Os resultados são os dois melhores já
registrados na série histórica do Instituto, que teve início em 1998, e
demonstram ampla melhora com relação aos anos de 2020 e 2021, que foram de
5.993 e 5.387.
O desafio é continuar com o trabalho de divulgação e
conscientização para aumentar ainda mais o número de cidades aderentes. Houve
um salto desde que a inserção ao São Paulo Sem Fogo passou a valer pontos para
o Programa Município VerdeAzul, em 2017. “Nossa missão é mostrar que a
diminuição dos focos de incêndio é uma responsabilidade conjunta e não apenas
do Estado”, disse o coordenador de Incêndios da Fundação Florestal, Vladimir
Arrais de Almeida.
Neste ciclo de 2023, a Fundação Florestal investiu R$ 7,6
milhões na contratação de 86 bombeiros civis, para atuar em 81 áreas de
conservação, e organizou 64 eventos, entre treinamentos para formação de
brigadas e ações educacionais, que movimentaram 4,2 mil pessoas. Além disso,
1,6 mil km em manutenções de estradas e aceiros foram realizadas pela FF.
De acordo com Arrais e Sergio Murilo, representante da CFB, uma ferramenta muito útil e que passou por melhorias em 2023 foi o Sistema de Monitoramento e Alerta da Climatempo (SMAC), da Defesa Civil. A partir de informações colhidas por quatro satélites, um fixo e três orbitais, o sistema gera um mapa a partir do qual é possível identificar focos de incêndio já em andamento. Desta forma, há mais celeridade na comunicação com gestores responsáveis pela pronta-resposta a um foco de incêndio.
Por parte da Polícia Militar Ambiental, foram emitidos 327
autos de infração por focos de incêndios criminosos, entre janeiro e outubro,
com valor inicial em multas avaliado em cerca de R$ 6,3 milhões. Queimas
controladas podem ser solicitadas junto à Cetesb, que até outubro deste ano
emitiu 1.686 autorizações.
Comunicação
e prevenção
Para que a campanha atingisse o maior número de pessoas,
diversos atores, públicos e privados, apoiaram a causa, como, por exemplo, a
Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), com a divulgação dos cartazes
nas estações do Metrô, CPTM e EMTU. Todas as Unidades do Poupatempo também receberam
a comunicação visual.
Já a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp)
tem ações que envolvem a veiculação de mensagens educativas e de alerta
inseridas nos painéis eletrônicos das rodovias, além dos materiais inseridos
nas cancelas de pedágio.
Neste ano, a SP Sem Fogo conta também com o apoio da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SPObras) da cidade de São Paulo, para a divulgação da campanha que alerta sobre os perigos causados por esse tipo de desastre ambiental. A comunicação esteve presente em mil relógios de rua e pontos de ônibus espalhados pela capital paulista.
A participação direta da população é fundamental para impedir
e mitigar a propagação descontrolada de incêndios em áreas verdes durante a
estiagem. É importante que as pessoas não queimem lixo e não joguem bitucas de
cigarro em vias públicas ou terrenos. Aqueles que soltam balões cometem crime
ambiental, ficando sujeitos à pena de um a três anos de detenção e pagamento de
multas. As denúncias podem ser feitas diretamente à Polícia Militar Ambiental
pelo telefone 190 ou, para o combate aos incêndios ativos, ao Corpo de
Bombeiros no 193.
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