Vendas de Natal Desapontam e Desafiam Expectativas do Varejo - Queda foi a maior desde 2020, aponta Serasa
As expectativas de um Natal aquecido em 2023 foram
bruscamente desafiadas por uma realidade menos otimista, surpreendendo
varejistas e economistas. A antecipação era alimentada pela necessidade de
recuperação após a Black Friday, que não alcançou os resultados esperados em
novembro.
Conforme dados divulgados pela Serasa Experian na última
terça-feira (26), o varejo enfrentou o Natal mais desafiador dos últimos três
anos. O Indicador de Atividade do Comércio da instituição revelou que, durante
a semana que antecedeu o feriado, de 18 a 24 de dezembro, houve uma queda de
1,4% nas vendas em comparação ao mesmo período de 2022. Tal desempenho é
especialmente notável quando lembramos que em 2020, durante o pico da pandemia
de covid-19, o recuo foi ainda mais acentuado, com vendas caindo 10,3%.
Luiz Rabo, economista-sênior da Serasa Experian, ofereceu uma
análise perspicaz sobre os motivos por trás deste cenário. “Com a inadimplência
atingindo números sem precedentes este ano, muitos consumidores optaram por
utilizar o 13° salário não para compras festivas, mas sim para quitar e
renegociar dívidas, relegando presentes e compras de Natal a uma prioridade
secundária”, destacou Rabo no relatório.
O final de semana que precedeu o Natal, entre os dias 22 e
24, testemunhou uma queda ainda mais pronunciada, com as vendas diminuindo
10,7% em relação ao mesmo intervalo de 2022. Rabo também apontou para um fator
circunstancial que pode ter contribuído para o declínio: “O fato de o dia 24 ter
coincidido com um domingo, tradicionalmente um dia mais fraco para o comércio,
provavelmente exacerbou a queda nas vendas.”
A tendência desanimadora não foi exclusiva do cenário
nacional. Em São Paulo, um dos principais polos comerciais do país, o desempenho
também ficou aquém das expectativas. As vendas na semana que antecedeu o Natal
registraram uma diminuição de 1,2% em comparação ao ano anterior. O final de
semana imediatamente anterior ao feriado foi ainda mais preocupante, com uma
queda de 9,6%.
Em um panorama marcado por incertezas econômicas e desafios
financeiros para os consumidores, o varejo se vê diante de uma reflexão sobre
estratégias e abordagens para os próximos anos. A busca por soluções que
atendam às necessidades do público e respeitem as realidades econômicas
torna-se imperativa para reverter o cenário e garantir um futuro mais promissor
para o comércio varejista brasileiro.
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