O Irã disparou neste sábado (13) drones em direção a Israel.
O ataque se dá depois de Israel atacar um consulado iraniano na Síria, que
resultou na morte de sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, incluindo
um general.
O Irã tem o segundo maior contingente de tropas do Oriente
Médio.
As forças de segurança estavam alertas para o ataque
iminente. Na sexta-feira (12), a Casa Branca disse que a ameaça de ataque do
Irã é "real".
O ataque em Damasco marca a escalada da violência no Oriente
Médio, intensificada pela guerra entre Israel e o grupo Hamas. O conflito chega
ao sexto mês e soma mais de 33 mil mortos — 32 mil palestinos, segundo o Hamas,
e 1.200 israelenses.
A morte do general da Guarda Revolucionária Iraniana é vista
pelo Irã como um ataque direto ao país. O país prometeu retaliação.
Um levantamento feito pelo Instituto Internacional de Estudos
Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) e atualizado pela última vez em fevereiro
de 2023, mostra que o Irã tem um contingente militar de 650 mil pessoas e que a
guarda, que é uma divisão importante das forças armadas iranianas, é
responsável por 190 mil combatentes. Trata-se do segundo maior contingente do
Oriente Médio, atrás do Egito.
Já Israel tem 177,5 mil militares, entre Exército, Marinha,
Aeronáutica e outras forças. Esse número, no entanto, não considera os
reservistas, convocados quando há conflito.
O grande diferencial de Israel é a posse de bombas nucleares.
De acordo com a Federação dos Cientistas Americanos (FAS), Israel é o único
país da região que possui armamento nuclear, embora o governo israelense não
reconheça possuir bombas.
O Irã tem enriquecido urânio a um nível próximo do necessário
para se criar uma bomba nuclear, segundo um relatório da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA) obtido em 2023 pela Agência France-Presse. No
entanto, não há indícios de que o país tenha ogivas nucleares.
Mais sobre
o Irã
Os dados divulgados pelo instituto mostram que a Guarda
Revolucionária Iraniana tem um efetivo superior ao de 11 países da região. É
maior do que todo a força militar da ativa de Israel, que conta com quase 180
mil combatentes e 400 mil reservistas.
O governo iraniano tem desempenhado um papel oculto na
guerra. Oficialmente, critica a violência empregada por Israel na Faixa de
Gaza. Extraoficialmente, patrocina o Hamas, que tem cerca de 20 mil combatentes
e que luta em seu lugar por meio de uma “guerra por procuração”.
O Irã também participa de conflitos no Oriente Médio por meio
dos outros grupos que patrocina. Um deles é o Hezbollah, que tem um contingente
militar superior ao do Líbano, país que o grupo armado utiliza como base. Os
cerca de 20 mil Houthis que lutam na guerra civil no Iêmen também recebem apoio
iraniano.
Foram os Houthis que atacaram com drones uma instalação da
petrolífera estatal saudita Aramco em 2022. O ataque expôs a fragilidade da
Arábia Saudita, um dos países mais influentes da região a conflitos armados.
“O Irã é um ator que, através de uma coalizão de forças não
estatais, atua de uma forma agressiva [no Oriente Médio]. Qualquer ação dos
Houthis, do Hezbollah e do Hamas, é feita em coordenação com o Irã. Eles têm
essa doutrina da defesa ativa”, afirma Rodrigo Amaral, professor de relações
internacionais da PUC de São Paulo.
A defesa ativa é termo normalmente associado a ações de
grupos armados que buscam marcar uma posição. Pode ser o apoio a um grupo ou a
um país aliado que esteja em conflito ou mesmo uma demonstração de força por
meio de um ataque.
Amaral explica que o contingente militar é apenas uma das
variáveis levadas em consideração quando o assunto é a força de um Estado.
O relatório do IISS mostra ainda que o Egito é o país com
maior contingente militar no Oriente Médio com mais de 835 mil pessoas. Apesar
disso, o país não é tão influente na região quanto Arábia Saudita e Irã, países
que contam com mais tecnologia militar, têm melhor desenvolvimento armamentista
e são grandes exportadores de petróleo.
Fatores como a capacidade industrial de armamentos, a
capacidade tecnológica militar, e a quantidade de tanques, aviões e
porta-aviões, por exemplo, fazem parte do cálculo do jogo de poder regional.
Nas forças terrestres e nas forças aéreas, os tipos de
armamentos mais comuns são os tanques blindados de batalha e as aeronaves de
combate. Em ambos os casos, as duas maiores frotas são as do Irã, que tem 1.513
tanques e 312 aeronaves, e as da Arábia Saudita, com 1.010 tanques e 455
aeronaves.
Já no mar, são pouquíssimos os países do Oriente Médio que têm submarinos. A maior frota é a do Irã, com 17, seguida pela Turquia, com 12, Egito, 8, e Israel e Jordânia, ambos com 5.
*G1:Mundo
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