RS: ao menos 47 pessoas são presas por crimes em meio à calamidade - Entre os presos, seis cometeram abusos sexuais
Ao menos 47 pessoas já foram presas no Rio Grande do Sul,
suspeitas de cometerem crimes em meio a calamidade pública provocada pelas
consequências das fortes chuvas que atingem o estado desde o dia 26.
Segundo a secretaria estadual de Justiça, Cidadania e
Direitos Humanos, 41 pessoas foram detidas em flagrante pela suposta
participação em saques, e seis homens são suspeitos de cometer abusos sexuais.
De acordo com o governador Eduardo Leite, os seis casos de
violência sexual ocorreram em abrigos que estão recebendo as pessoas cujas
residências foram atingidas por efeitos adversos das chuvas como enxurradas,
inundações, alagamentos, deslizamentos e desmoronamentos e que não tinham para
onde ir. Em todo o estado, há 67.563 pessoas desabrigadas e pouco mais de 400
abrigos.
“Nos casos de abuso relatados, nossas equipes de segurança
entraram imediatamente em operação e as pessoas [suspeitas] foram presas”,
informou Leite, acrescentando que, nos seis casos, as vítimas eram crianças
parentes das pessoas detidas.
“Lamentavelmente, envolvem familiares das crianças. O que
sinaliza a possibilidade desses abusos acontecerem já anteriormente e que a
situação nos abrigos, na verdade, escancarou, revelou isso, dando inclusive a
oportunidade do Poder Público agir”, disse Eduardo Leite.
Diante do grande número de desabrigados, o governo estadual
estuda abrir abrigos exclusivos para mulheres, crianças e jovens, disse o
governador.
“É uma das nossas ações prioritárias dar a oportunidade de um
abrigo em situação especialíssima para quem se sinta em uma situação vulnerável
e precise de um acolhimento especial”, explicou Leite.
Saques
O secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron,
destacou a preocupação das forças de segurança em coibir saques. Segundo ele,
em várias cidades agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil têm usado
embarcações para fazer o policiamento ostensivo em um cenário de ruas alagadas
e edificações parcialmente submersas.
“Com isso, os saques já reduziram muito nos últimos dias”,
garantiu Caron, sem fornecer números de ocorrências. Ainda segundo o
secretário, até sábado (11), a pasta habilitará 1 mil reservistas da Brigada
Militar, convocados por meio do Programa Mais Efetivo, para atuar no
policiamento, inclusive para reforçar a segurança dos abrigos públicos.
“Temos este foco agora muito direcionado para os abrigos. Em
alguns deles, já temos, permanentemente, integrantes da Brigada Militar e da
Polícia Civil. Aqueles poucos que ousarem cometer crimes, especialmente dentro
dos abrigos, serão presos”, garantiu Caron.
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