Incêndios florestais: autuações contra balões saltam 135% em SP Uma das principais causas de incêndios em vegetação no estado, prática é considerada crime ambiental e pena pode chegar a 3 anos de detenção
A soltura de
balões é um dos principais causadores de incêndios em vegetação. Segundo o
monitoramento do Governo de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio Ambiente,
Infraestrutura e Logística, somente nos cinco primeiros meses do ano, foram
aplicados 40 autos de infração ambiental por fabricação, venda, transporte ou
ato de soltar balões.
Entre abril
e maio de 2023, foram 17 autos de infração lavrados pela PM Ambiental pelo
mesmo motivo. O aumento é de 135%. Já o valor das multas somadas em 2024 é de
R$ 890 mil, ante R$ 490 mil no mesmo período de 2023: salto de 82%.
“Temos
problemas com balão quase todo final de semana nas nossas áreas. No Parque do
Juquery, por exemplo, é comum. E está aparecendo em áreas que não tínhamos
muitos registros, no interior, na região da Mantiqueira e no litoral”, afirma
Vladimir Arrais, coordenador da Fundação Florestal, órgão responsável pelas
unidades de conservação do estado.
Fabricar, vender, transportar e soltar balões é crime previsto no artigo 42 da Lei nº 9.605/98. A pena é de prisão de 1 a 3 anos ou multa. Os responsáveis também podem responder por atentar contra a navegação aérea, conforme o artigo 261 do Código Penal.
“As quedas
são em locais imprevisíveis. Em agosto de 2021, um balão incendiou mais da
metade do Parque do Juquery. No início de maio deste ano, um balão caiu sobre a
reserva biológica do Tamboré, em Santana do Parnaíba, e incendiou o local. Além
da vegetação perdida, animais foram mortos”, afirma o tenente Edson Alves de
Lima, da PM Ambiental.
Além dos
incêndios, os balões podem colocar em risco a segurança do tráfego aéreo, uma
vez que em algumas situações os radares não conseguem detectá-los.
Combate à
prática
As ações
contra os baloeiros integram a Operação SP Sem Fogo, do Governo de São Paulo,
que envolve diversos órgãos estaduais com o objetivo de reduzir focos de
incêndio e proteger áreas vegetais durante o período de estiagem.
No final de
maio, uma operação conjunta entre a Polícia Militar Ambiental e o Ministério
Público resultou em 18 fábricas clandestinas de balões fechadas e 19 balões
prontos. A operação Huracán gerou mais de R$ 200 mil em multas para os
infratores.
A PM Ambiental aplicou, em 2023, R$ 3,6 milhões em multas a 54 baloeiros. Foram registrados no período 42 eventos ligados à prática, com 18 fábricas clandestinas fechadas e 216 apreensões de balões. De 2021 para cá, a corporação soma quase R$ 14 milhões em multas e mais de 170 pessoas autuadas pelo crime.
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