As
lideranças do Senado Federal formularam nesta quinta-feira (13) uma lista de
medidas para compensar a perda de arrecadação do governo de R$ 17 bilhões com a
desoneração da folha de pagamento de municípios e setores econômicos. O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai analisar as propostas
apresentadas.
Entre as
medidas selecionadas, estão o Programa de Regularização Tributária (PRT), em
tramitação na Câmara; os recursos de depósitos judiciais esquecidos em bancos
há mais de cinco anos; um programa para incentivar o pagamento de multas
devidas às agências reguladoras; a atualização de ativos; e a repatriação de
recursos do exterior.
A lista ainda prevê usar para essa compensação tanto os recursos da taxação das compras internacionais de até US$ 50, quanto as receitas previstas pela medida provisória (MP) 1202, que limitou a compensação de créditos decorrentes de decisão judicial, ambas já aprovadas pelo Congresso Nacional.
O líder do
governo no Senado e relator do projeto da compensação da desoneração, senador
Jaques Wagner (PT-BA), disse que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), pediu empenho de todos os senadores para encontrar a compensação.
“Estamos com
uma responsabilidade agora, que não é exclusiva dos senadores, é do governo
também, evidentemente, e é dos empresários também. Então, na minha opinião,
acho que terá uma espécie de esforço concentrado para encontrar essas
compensações. Ninguém quer deixar ao léu essa falta de compensação”, comentou
Wagner, acrescentando que vai levar as sugestões para o Ministério da Fazenda.
Como a
solução encontrada pelo governo por meio da Medida Provisória (MP) 1227/2024,
que reduziu as compensações com PIS e Confins por parte dos empresários, foi
parcialmente rejeitada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), as
lideranças selecionaram outras medidas que podem compensar a isenção aprovada
no Parlamento sobre a folha de pagamento dos empregados de 17 setores
econômicos e os gastos previdenciários de municípios.
Denominador
comum
O ministro
Haddad disse que irá considerar as propostas dos senadores, até por facilitar a
votação dessa compensação, já que a iniciativa partiu do próprio Senado.
“Todas as propostas dos senadores vão ser processadas por nós, para nós encaminharmos análise de impacto de cada uma delas. A mediação vai ser feita pelo senador Jacques Wagner, que vai fazer essa ponte, sem prejuízo do diálogo com os demais senadores interessados. Então, eu penso que nós vamos chegar a um denominador comum rápido”, destacou.
O autor da
proposta da desoneração, senador Efraim Filho (União-PB), destacou que as
medidas são ideias que podem ou não serem acolhidas pelo relator Jacques
Wagner.
“As medidas
de compensação devem vir de receitas novas, que não sacrifiquem o setor
produtivo. Não adianta dar com uma mão e tirar com outra. Por isso que a medida
provisória do Pis/Cofins foi tão mal recebida no Congresso”, disse o
parlamentar.
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